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quinta-feira, 16 de abril de 2015

O último folheto



Domingo. Tarde fria e opaca. Errante o vento minuano soprava e os céus acinzentados cobriam a cidade quase sem vida.
O filho achegou-se ao pai e disse: Hoje é o dia de entregar os folhetos missionários na vizinhança. Ao que ouviu como resposta: Hoje está muito frio e um tanto chuvoso. De modo algum sairei para entregar folhetos. Além do mais, quem estará a perambular pelas ruas ou disposto a mostrar-se ao frio na porta de casa?
Desiludido, porém determinado, o filho pediu permissão ao pai e saiu para fazer a sua missão. Com grande esmero, a certo momento encontrou-se com apenas um folheto. A quem entregar? Deveras, o dia era de todo convidativo para beber um bom vinho com quase todo o corpo debaixo dos edredons.
Cruzando os quarteirões, o garoto deparou com uma casa velha onde parecia haver visto um vulto em seu interior. Bateu, bateu, porém ninguém atendia. Com o vento esbarrando em suas orelhas fazendo com que se encolhesse para dentro da gola do casado e com mais um pouco de insistência, uma anciã lhe atendeu à porta. Prontamente o jovem menino lha entregou o último folheto dizendo: Eu só queria te entregar este folheto.
Passada aquela semana, no domingo seguinte pai e filho encontravam-se na igreja. O pastor interrogou se havia algum visitante naquele dia. Um pouco tímida, lentamente se levantou uma senhora que disse: Eu estou aqui pela primeira vez. E isso graças aquele menino – exclamou apontando para o garoto que lhe entregara seu último folheto. Sou velha, sozinha, sem qualquer expectativa e nunca encontrei a verdadeira razão de viver. Estando eu com a corda ao pescoço, pronta para tirar-me a vida, a porta foi batida e aquele jovem me fez conhecer o amor de Deus em Cristo Jesus. Descobri que Jesus é a razão de viver. E aqui estou para servir ao meu salvador.

A minha Palavra não volta vazia. (Is 55.11)

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