Igreja
Evangélica Luterana Cristo – Juína
Pr.
Edenilson Gass
Sl 4; At 3.11-21; 1Jo 3.1-7; Lc 24.36-49 – 3º domingo de Páscoa B 2015
Testemunhe sempre
v.
46-48: “Assim está escrito que o Cristo havia de padecer e ressuscitar dentre
os mortos no terceiro dia e que em seu nome se pregasse arrependimento para
remissão de pecados a todas as nações, começando de Jerusalém. Vós sois
testemunhas destas cousas”.
Testemunhas
sempre foram pessoas que tiveram um papel muito importante. São pessoas que
testemunharam um fato, uma conversa, uma decisão, uma cerimônia e podem dizer
exatamente o que e como as coisas aconteceram. Se você sofre um acidente no
trânsito onde o outro está errado, são as testemunhas que vão garantir às
autoridades como tudo aconteceu. Também se olharmos para a Bíblia, vamos
perceber que ninguém podia acusar outra pessoa de alguma coisa a não ser que
houvesse, no mínimo, duas testemunhas.
E
no texto de hoje Jesus diz aos discípulos (e, portanto, também a nós) que somos
testemunhas. Mas somos testemunhas de quê? Jesus mesmo responde: Testemunhas da
obra divina da salvação concretizada na morte e ressurreição de Jesus.
O
problema quando se fala em testemunho é que muita gente, por uma ou outra
razão, simplesmente se exclui dessa responsabilidade. Alguns ainda, por
entenderem mal o que é testemunho, dizem que não têm condições de testemunhar
porque não falam bonito ou porque não têm grande conhecimento bíblico ou mesmo
pela pior das desculpas: Já tem quem faça isso.
Só
que testemunho, pelo menos quando se trata de testemunho cristão, não tem a ver
só com falar do Evangelho, mas é algo que envolve toda a nossa vida. Por isso,
a partir dos textos bíblicos que foram lidos hoje, nós vamos refletir sobre
três oportunidades onde o cristão testemunha. De forma alguma esses três pontos
abrangem todo o exercício do testemunho cristão. Mas, para ficarmos só por
dentro do que foi lido hoje, vamos ver só esses três.
Em
primeiro lugar, o cristão testemunha com vida devocional. Ler a Bíblia
regularmente, fazer uma devoção diária e fazer orações não só são úteis a quem
faz, senão que também são, no mínimo, um bom exemplo aos familiares. Além de, é
claro, ser um estímulo para que eles façam o mesmo. E, eventualmente, pode ser
um bom testemunho a outras pessoas também.
Vocês
já devem ter percebido que algumas pessoas gostam de colocar uma Bíblia próxima
à porta de entrada da casa. Se naquela casa se lê a Bíblia a gente não sabe,
mas com certeza quando um visitante chega, imediatamente ele percebe que ali
mora uma família cristã.
Mas
claro que as oportunidades vão muito além disso. Se o cristão costuma fazer uma
devoção, por exemplo, do Castelo Forte ou do Cinco Minutos com Jesus, ele pode
fazer isso enquanto a visita está lá. Antes da refeição, todo cristão que se
preze vai fazer uma oração de agradecimento. Isso também é testemunho.
E
isso tudo sem contar que a vida devocional, pelo fato do cristão estar
constantemente em contato com Deus e com a sua Palavra, vai ter uma repercussão
também na sua própria vida. Porque se o cristão estuda a Bíblia e conhece a
vontade de Deus, naturalmente que ele vai procurar colocar em prática aquilo
que aprendeu.
E
isso nos serve de ponte para o segundo ponto: o cristão testemunha com vida
santificada. Aqui, sem dúvida alguma, é onde o cristão mais tem chances de
dar um bom testemunho ou um mau testemunho. O nosso viver, o que priorizamos, o
que fazemos são a primeira coisa que as pessoas veem em nós. Tanto aqueles que
moram com a gente quanto as outras pessoas.
Muitas
vezes não nos damos conta, mas a nossa vida tem muito mais influência sobre as
pessoas do que nós imaginamos, seja essa influência positiva ou negativa. Claro
que, sendo nós seres humanos pecadores, as influências negativas sempre são
aceitas e seguidas mais facilmente.
Por
isso, quando se trata de vida cristã, vida santificada, todo o cuidado é pouco.
Isso é coisa que precisa ser levada a sério, desde a roupa que vestimos, a
música que escutamos, o vocabulário que usamos até os lugares que frequentamos,
como tratamos as pessoas. Enfim, ter sempre diante de si a pergunta: Qual é a
vontade de Deus?
Fé
não é coisa morta no coração, é coisa viva que aparece na vida cristã. Fazer o
que é da vontade de Deus, observar os seus mandamentos, é coisa que o cristão
faz naturalmente. Ele busca isso. Claro que nem sempre consegue. Não somos
perfeitos, não somos santos. Mas, conhecendo a vontade de Deus, a gente tenta
fazer o que é certo.
Só
para a gente ter uma ideia do quanto a gente fala mesmo sem abrir a boca: Imagine
que você não é de igreja nenhuma e é convidado por uma pessoa para ir à igreja
dela. Só que você sempre vê essa pessoa de cara fechada, reclamando de tudo.
Provavelmente a sua resposta seria: Por que eu iria na sua igreja? Para ficar de
mal com a vida que nem você? Se é assim, prefiro continuar sem religião.
Como
diz o ditado: Uma imagem vale mais do que mil palavras. Qual é a imagem que nós
temos transmitido às pessoas?
Não
é à toa que, na área da missão da Igreja, uma das máximas é aquela frase que
diz assim: Testemunhe sempre, se necessário fale. E isso nos leva ao terceiro
ponto.
Embora
tenhamos acabado de ver que ações pesam muito mais do que palavras, a conversa,
o diálogo ainda é a forma mais comum de comunicação e sempre vai ser a mais
útil. Por isso, em terceiro lugar, o cristão testemunha com vida dedicada.
Dedicar-se
ao bom testemunho começa com o refletir sobre a própria vida e procurar
perceber tudo aquilo que pode estar atrapalhando o nosso testemunho. Alguma
atitude que as pessoas podem não ver com bons olhos; alguma coisa que pode
escandalizar, entristecer ou confundir alguém na sua fé. Enfim, procurar eliminar
tudo o que pode atrapalhar ou mesmo impedir a proclamação do Evangelho.
Dedicar-se
ao testemunho também é aproveitar as oportunidades que surgem constantemente de
dizer às pessoas aquilo que cremos. Contar a elas o motivo da nossa alegria e
esperança mesmo em meio às dificuldades.
E
mais do que isso, dedicar-se ao testemunho é procurar por oportunidades de
anunciar a Jesus Cristo. E isso não quer dizer ir de casa em casa
especificamente para isso. Já bastam as oportunidades que Deus coloca na nossa vida.
Só
para dar um exemplo: Há algum tempo eu estava conversando com uma pessoa e
depois de ele me dizer no que trabalhava eu disse: Então, você deve conhecer o
fulano de tal! E ele disse: Claro, é um grande amigo meu. Aí eu disse: Ele é
membro lá onde eu sou pastor. E ele respondeu: É mesmo? Nossa, não sabia!
Depois
dessa eu fiquei pensando: Onde é que está o nosso testemunho? Nem os nossos
amigos sabem que somos cristãos. Claro que eu estaria sendo generalista e
injusto se dissesse que isso vale para todos. Mas com certeza vale para todos a
importância de pensar sobre o quanto temos aproveitado essas oportunidades.
Como
escreveu um teólogo norte-americano: Nosso dever não é tornar o Evangelho
aceitável, nosso dever é torna-lo acessível. Nós não temos o dever e nem a
capacidade de fazer alguém crer em Jesus e aceitar de bom grado a Palavra de
Deus; mas podemos tornar essa mensagem acessível, fazendo com que ela chegue
até às pessoas de um ou de outro modo. E para isso, basta um pouco de
dedicação.
Deus
quer levar salvação às pessoas e ele nos dá a grande honra de fazermos parte
desse processo. Deus quer nos usar como seus instrumentos no mundo, suas fiéis
testemunhas, para levar adiante esta mensagem que, pela graça de Deus, chegou
até nós. E em tudo isso nós temos a promessa da companhia e da ajuda de Deus.
Jesus prometeu estar com a gente e também enviar o seu santo Espírito para que,
movidos por ele, a gente saiba o que fazer e o que falar.
Que
por nosso testemunho mais pessoas venham a crer no salvador Jesus Cristo e
também abracem esta sublime causa de levar a salvação a quem ainda está na
condenação. Exerçamos bem o papel que Jesus nos deu de testemunhas da salvação e,
na vida eterna, teremos a tremenda alegria de compartilhar o céu com pessoas
que encontraram por meio das nossas palavras e ações o caminho da salvação.
Só
resta a nós aplicarmos à nossa vida as palavras do hino que cantamos: “E nós
que conhecemos brilhante luz da fé, nas trevas deixaremos aquele que não crê?
Sem mais demora vamos falar-lhe do perdão que por Jesus gozamos: a eterna
salvação”. Amém.
Oração:
Ó Deus Espírito Santo, que desde sempre guiaste o teu povo no reto caminho. Que concedes o dom da fé e mostra aos crentes a santa vontade de Deus. Somos-te infinitamente gratos por haveres dado vívida fé aos doze apóstolos, fazendo com que, por meio deles, a mensagem do Cristo crucificado e ressurreto se espalhasse de tal modo que esta mensagem chegou também aos nossos ouvidos e corações. Continua dando aos teus servos fiéis o ânimo e o senso de responsabilidade para que se dediquem completamente a testemunhar a salvação, seja em palavra, seja em ação. Dá que em nossos lares a tua Palavra seja estudada e no dia-a-dia, tenhamos vida santificada. Dá-nos espírito voluntário para que guardemos com alegria os teus mandamentos e nos dediquemos a propagar o Evangelho salvador. Que honra Tu nos dás de sermos testemunhas da salvação. | Santo Espírito, colocamos as nossas vidas nas tuas mãos. A ti, que com o Pai e o Filho é um só Deus de eternidade a eternidade. Amém.
Oração:
Ó Deus Espírito Santo, que desde sempre guiaste o teu povo no reto caminho. Que concedes o dom da fé e mostra aos crentes a santa vontade de Deus. Somos-te infinitamente gratos por haveres dado vívida fé aos doze apóstolos, fazendo com que, por meio deles, a mensagem do Cristo crucificado e ressurreto se espalhasse de tal modo que esta mensagem chegou também aos nossos ouvidos e corações. Continua dando aos teus servos fiéis o ânimo e o senso de responsabilidade para que se dediquem completamente a testemunhar a salvação, seja em palavra, seja em ação. Dá que em nossos lares a tua Palavra seja estudada e no dia-a-dia, tenhamos vida santificada. Dá-nos espírito voluntário para que guardemos com alegria os teus mandamentos e nos dediquemos a propagar o Evangelho salvador. Que honra Tu nos dás de sermos testemunhas da salvação. | Santo Espírito, colocamos as nossas vidas nas tuas mãos. A ti, que com o Pai e o Filho é um só Deus de eternidade a eternidade. Amém.
Para refletir mais um pouco, leia abaixo também a pequena história "O último folheto".
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