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quinta-feira, 16 de abril de 2015

Mensagem 3º domingo de Páscoa B 2015



Igreja Evangélica Luterana Cristo – Juína
Pr. Edenilson Gass
Sl 4; At 3.11-21; 1Jo 3.1-7; Lc 24.36-49 – 3º domingo de Páscoa B 2015
Testemunhe sempre
v. 46-48: “Assim está escrito que o Cristo havia de padecer e ressuscitar dentre os mortos no terceiro dia e que em seu nome se pregasse arrependimento para remissão de pecados a todas as nações, começando de Jerusalém. Vós sois testemunhas destas cousas”.
Testemunhas sempre foram pessoas que tiveram um papel muito importante. São pessoas que testemunharam um fato, uma conversa, uma decisão, uma cerimônia e podem dizer exatamente o que e como as coisas aconteceram. Se você sofre um acidente no trânsito onde o outro está errado, são as testemunhas que vão garantir às autoridades como tudo aconteceu. Também se olharmos para a Bíblia, vamos perceber que ninguém podia acusar outra pessoa de alguma coisa a não ser que houvesse, no mínimo, duas testemunhas.
E no texto de hoje Jesus diz aos discípulos (e, portanto, também a nós) que somos testemunhas. Mas somos testemunhas de quê? Jesus mesmo responde: Testemunhas da obra divina da salvação concretizada na morte e ressurreição de Jesus.
O problema quando se fala em testemunho é que muita gente, por uma ou outra razão, simplesmente se exclui dessa responsabilidade. Alguns ainda, por entenderem mal o que é testemunho, dizem que não têm condições de testemunhar porque não falam bonito ou porque não têm grande conhecimento bíblico ou mesmo pela pior das desculpas: Já tem quem faça isso.
Só que testemunho, pelo menos quando se trata de testemunho cristão, não tem a ver só com falar do Evangelho, mas é algo que envolve toda a nossa vida. Por isso, a partir dos textos bíblicos que foram lidos hoje, nós vamos refletir sobre três oportunidades onde o cristão testemunha. De forma alguma esses três pontos abrangem todo o exercício do testemunho cristão. Mas, para ficarmos só por dentro do que foi lido hoje, vamos ver só esses três.
Em primeiro lugar, o cristão testemunha com vida devocional. Ler a Bíblia regularmente, fazer uma devoção diária e fazer orações não só são úteis a quem faz, senão que também são, no mínimo, um bom exemplo aos familiares. Além de, é claro, ser um estímulo para que eles façam o mesmo. E, eventualmente, pode ser um bom testemunho a outras pessoas também.
Vocês já devem ter percebido que algumas pessoas gostam de colocar uma Bíblia próxima à porta de entrada da casa. Se naquela casa se lê a Bíblia a gente não sabe, mas com certeza quando um visitante chega, imediatamente ele percebe que ali mora uma família cristã.
Mas claro que as oportunidades vão muito além disso. Se o cristão costuma fazer uma devoção, por exemplo, do Castelo Forte ou do Cinco Minutos com Jesus, ele pode fazer isso enquanto a visita está lá. Antes da refeição, todo cristão que se preze vai fazer uma oração de agradecimento. Isso também é testemunho.
E isso tudo sem contar que a vida devocional, pelo fato do cristão estar constantemente em contato com Deus e com a sua Palavra, vai ter uma repercussão também na sua própria vida. Porque se o cristão estuda a Bíblia e conhece a vontade de Deus, naturalmente que ele vai procurar colocar em prática aquilo que aprendeu.
E isso nos serve de ponte para o segundo ponto: o cristão testemunha com vida santificada. Aqui, sem dúvida alguma, é onde o cristão mais tem chances de dar um bom testemunho ou um mau testemunho. O nosso viver, o que priorizamos, o que fazemos são a primeira coisa que as pessoas veem em nós. Tanto aqueles que moram com a gente quanto as outras pessoas.
Muitas vezes não nos damos conta, mas a nossa vida tem muito mais influência sobre as pessoas do que nós imaginamos, seja essa influência positiva ou negativa. Claro que, sendo nós seres humanos pecadores, as influências negativas sempre são aceitas e seguidas mais facilmente.
Por isso, quando se trata de vida cristã, vida santificada, todo o cuidado é pouco. Isso é coisa que precisa ser levada a sério, desde a roupa que vestimos, a música que escutamos, o vocabulário que usamos até os lugares que frequentamos, como tratamos as pessoas. Enfim, ter sempre diante de si a pergunta: Qual é a vontade de Deus?
Fé não é coisa morta no coração, é coisa viva que aparece na vida cristã. Fazer o que é da vontade de Deus, observar os seus mandamentos, é coisa que o cristão faz naturalmente. Ele busca isso. Claro que nem sempre consegue. Não somos perfeitos, não somos santos. Mas, conhecendo a vontade de Deus, a gente tenta fazer o que é certo.
Só para a gente ter uma ideia do quanto a gente fala mesmo sem abrir a boca: Imagine que você não é de igreja nenhuma e é convidado por uma pessoa para ir à igreja dela. Só que você sempre vê essa pessoa de cara fechada, reclamando de tudo. Provavelmente a sua resposta seria: Por que eu iria na sua igreja? Para ficar de mal com a vida que nem você? Se é assim, prefiro continuar sem religião.
Como diz o ditado: Uma imagem vale mais do que mil palavras. Qual é a imagem que nós temos transmitido às pessoas?
Não é à toa que, na área da missão da Igreja, uma das máximas é aquela frase que diz assim: Testemunhe sempre, se necessário fale. E isso nos leva ao terceiro ponto.
Embora tenhamos acabado de ver que ações pesam muito mais do que palavras, a conversa, o diálogo ainda é a forma mais comum de comunicação e sempre vai ser a mais útil. Por isso, em terceiro lugar, o cristão testemunha com vida dedicada.
Dedicar-se ao bom testemunho começa com o refletir sobre a própria vida e procurar perceber tudo aquilo que pode estar atrapalhando o nosso testemunho. Alguma atitude que as pessoas podem não ver com bons olhos; alguma coisa que pode escandalizar, entristecer ou confundir alguém na sua fé. Enfim, procurar eliminar tudo o que pode atrapalhar ou mesmo impedir a proclamação do Evangelho.
Dedicar-se ao testemunho também é aproveitar as oportunidades que surgem constantemente de dizer às pessoas aquilo que cremos. Contar a elas o motivo da nossa alegria e esperança mesmo em meio às dificuldades.
E mais do que isso, dedicar-se ao testemunho é procurar por oportunidades de anunciar a Jesus Cristo. E isso não quer dizer ir de casa em casa especificamente para isso. Já bastam as oportunidades que Deus coloca na nossa vida.
Só para dar um exemplo: Há algum tempo eu estava conversando com uma pessoa e depois de ele me dizer no que trabalhava eu disse: Então, você deve conhecer o fulano de tal! E ele disse: Claro, é um grande amigo meu. Aí eu disse: Ele é membro lá onde eu sou pastor. E ele respondeu: É mesmo? Nossa, não sabia!
Depois dessa eu fiquei pensando: Onde é que está o nosso testemunho? Nem os nossos amigos sabem que somos cristãos. Claro que eu estaria sendo generalista e injusto se dissesse que isso vale para todos. Mas com certeza vale para todos a importância de pensar sobre o quanto temos aproveitado essas oportunidades.
Como escreveu um teólogo norte-americano: Nosso dever não é tornar o Evangelho aceitável, nosso dever é torna-lo acessível. Nós não temos o dever e nem a capacidade de fazer alguém crer em Jesus e aceitar de bom grado a Palavra de Deus; mas podemos tornar essa mensagem acessível, fazendo com que ela chegue até às pessoas de um ou de outro modo. E para isso, basta um pouco de dedicação.
Deus quer levar salvação às pessoas e ele nos dá a grande honra de fazermos parte desse processo. Deus quer nos usar como seus instrumentos no mundo, suas fiéis testemunhas, para levar adiante esta mensagem que, pela graça de Deus, chegou até nós. E em tudo isso nós temos a promessa da companhia e da ajuda de Deus. Jesus prometeu estar com a gente e também enviar o seu santo Espírito para que, movidos por ele, a gente saiba o que fazer e o que falar.
Que por nosso testemunho mais pessoas venham a crer no salvador Jesus Cristo e também abracem esta sublime causa de levar a salvação a quem ainda está na condenação. Exerçamos bem o papel que Jesus nos deu de testemunhas da salvação e, na vida eterna, teremos a tremenda alegria de compartilhar o céu com pessoas que encontraram por meio das nossas palavras e ações o caminho da salvação.
Só resta a nós aplicarmos à nossa vida as palavras do hino que cantamos: “E nós que conhecemos brilhante luz da fé, nas trevas deixaremos aquele que não crê? Sem mais demora vamos falar-lhe do perdão que por Jesus gozamos: a eterna salvação”. Amém.

Oração:
Ó Deus Espírito Santo, que desde sempre guiaste o teu povo no reto caminho. Que concedes o dom da fé e mostra aos crentes a santa vontade de Deus. Somos-te infinitamente gratos por haveres dado vívida fé aos doze apóstolos, fazendo com que, por meio deles, a mensagem do Cristo crucificado e ressurreto se espalhasse de tal modo que esta mensagem chegou também aos nossos ouvidos e corações. Continua dando aos teus servos fiéis o ânimo e o senso de responsabilidade para que se dediquem completamente a testemunhar a salvação, seja em palavra, seja em ação. Dá que em nossos lares a tua Palavra seja estudada e no dia-a-dia, tenhamos vida santificada. Dá-nos espírito voluntário para que guardemos com alegria os teus mandamentos e nos dediquemos a propagar o Evangelho salvador. Que honra Tu nos dás de sermos testemunhas da salvação. | Santo Espírito, colocamos as nossas vidas nas tuas mãos. A ti, que com o Pai e o Filho é um só Deus de eternidade a eternidade. Amém.
Para refletir mais um pouco, leia abaixo também a pequena história "O último folheto".

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