Igreja
Evangélica Luterana Cristo – Juína
Pr.
Edenilson Gass
Sl
111; Êx 13.1-3a,11-15; Cl 3.12-17; Lc
2.22-40 – 1º dom. após o Natal C 2015
A verdadeira mensagem do
Natal
v.
30: “Porque os meus olhos já viram a tua salvação”.
Natal.
O que é o Natal? Para muitos o Natal é uma ótima oportunidade para ampliar as
vendas e, consequentemente, o lucro. Para outros é só mais um feriado. Outros
mais tradicionais entendem o Natal como encontrar os familiares e fazer uma
bela ceia em confraternização ao amor e à paz. Para famílias cristãs, Natal é o
nascimento de Jesus. Mas será que é só isso mesmo?
As
leituras indicadas para este primeiro domingo após o Natal nos sugerem algo
mais, de forma especial o evangelho de Lucas que conta de quando Jesus foi
levado ao templo logo nos seus primeiros dias devido às cerimônias que a lei
exigia.
Nessa
situação, um personagem ilustre aparece: Simeão, a quem o próprio Espírito
Santo havia prometido que ele não morreria antes de ver Deus cumprindo a sua
promessa de enviar o Messias ao mundo.
Por
isso é tão importante o fato de que quando ele toma o menino Jesus nos braços,
ele diz: Agora, Senhor, despedes em paz o teu servo, pois os meus olhos já
viram a tua salvação que é luz para alumiar as gentes de todos os povos.
Simeão
reconheceu que, escondido naquele pobre menino, estava o próprio Deus eterno
trazendo salvação a todos os que nele creem. Na verdade, ele é a revelação de
Deus. É onde Deus se mostra e revela o seu infinito amor pela humanidade. É em
Jesus que se cumpre a profecia de Isaías de que ele seria a luz para o mundo
que jaz na escuridão do pecado.
Que
consolo inigualável essa mensagem traz aos nossos corações. A tantos que sofrem
com doença e morte, que são consequências do pecado; a tantos que se punem e se
culpam e que não encontram a paz com Deus. Jesus é a certeza de que algo maior
e muito mais precioso nos aguarda. Nele nós já temos a paz com Deus, porque
nele os nossos pecados são perdoados e fomos restaurados para a vida eterna.
O
próprio Jesus, mais tarde, iria dizer que todo o que nele crê não fica na
morte, mas passa da morte para a vida. Ou seja, da condenação eterna por causa
do pecado para a vida eterna por causa de Cristo Jesus, o nosso salvador.
Por
isso sempre que as aflições nos sobrevêm devemos lembrar que Deus sempre age
para o nosso bem e a nossa salvação. Devemos confiar na bondade e no cuidado de
Deus em toda e qualquer situação, pois ele mesmo disse: Aquele que não poupou o
seu próprio Filho, antes, por nós o entregou, não nos dará juntamente com ele todas
as todas e, por fim, a vida eterna?
Os
nossos pecados já não nos condenam porque Cristo morreu em nosso lugar para nos
conquistar o perdão de Deus e agora nos guia em uma vida completamente
diferente. Jesus se fez pobre para que nos tornássemos ricos, disse o apóstolo
Paulo. Por isso pobre mesmo é aquele que não crê em Cristo e, assim, vive sem
esperança, sem socorro e sem salvação.
É
por isso que Simeão profetizou que Jesus viria para o levantamento de muitos e
também para a destruição de muitos. Porque todo aquele que rejeita ao menino
Jesus não crendo que ele é o salvador ou que esconde a sua fé por vergonha do
nome de Cristo faz de si mesmo alvo da ira de Deus. E essa ira acaba em
destruição.
Porém
todos os que nele creem e, consequentemente, o servem no seu Reino e não omitem
a sua fé podem ter firme confiança de que Deus não os abandona em nenhum
momento da vida. E que, ao término dessa rápida passagem pelo mundo, serão
levados para junto do seu salvador.
É
nesta fé que nós também podemos cantar com Simeão que “os meus olhos já viram a
tua salvação”. Nossos olhos, pela fé, creem na palavra de Deus e nela enxergam
a salvação de Deus que é o próprio Jesus. Ele é a revelação visível de Deus. E
é pela fé nele que um dia o poderemos ver face a face e então vamos repetir de
novo e de novo: - Os meus olhos estão vendo a salvação de Deus.
Dá
para imaginar uma coisa dessas? Se já é bom viver a salvação aqui e agora,
mesmo em meio a tanto sofrimento, imagina o que Deus tem preparado para aqueles
que o amam. E isso tudo a gente só encontra naquele menino que há dois mil anos
foi concebido pelo Espírito Santo e nasceu para trazer salvação.
Simeão
também disse que, por causa daquele menino, os corações seriam revelados. Ou
seja, não ficaria mais escondido o que realmente há nos corações.
Muita
gente pensa que as pessoas são salvas dependendo daquilo que elas fazem ou
deixam de fazer nesta vida. – Nossa! Mas é uma pessoa tão boa, está sempre
ajudando a quem precisa, trata todo mundo de igual para igual; essa pessoa, com
certeza, merece entrar no céu.
Quando
os corações são revelados, só há uma coisa que importa: a nossa situação diante
do menino-Deus. O que vale diante de Deus não são as nossas obras, mas se
cremos, com a mesma fé de Simeão, que Jesus é o Messias, o salvador e a luz do
mundo.
Nossas
obras são úteis para o nosso próximo e é por isso que Deus ordena que as
pratiquemos. Não é possível cumprir o mandamento de amar o próximo se não estamos
dispostos a fazer a vontade de Deus e, desta forma, servir como espelhos de
Deus no mundo.
Assim
fazia a profetisa Ana que também estava no templo quando Jesus foi levado até
lá. Lucas deixou escrito que ela quase não saía do templo e falava às pessoas
que Jesus é o salvador.
Isso
é muito interessante porque nos faz pensar em duas possibilidades ou, que nos
ensina pelo menos duas coisas. Se Ana anunciava a salvação no templo, então
podemos dizer que também os que creem precisam continuar ouvindo a mensagem do
Evangelho. Muita gente peca contra o terceiro mandamento porque pensa que não
precisa ouvir várias vezes a mesma coisa. São tão seguros em si mesmos, como se
manter a fé dependesse deles, que dizem assim: - Ah, essa história eu já
conheço.
Não
pode ser assim. Nossa natureza pecaminosa sempre procura nos afastar de Deus,
não importa quantas e quantas vezes já ouvimos sobre arrependimento e fé. E,
por isso, necessitamos estar em constante contato com a Palavra de Deus e o
sacramento porque são os meios que Deus usa para nos manter na fé e no caminho
certo.
E
também pode ter mais uma razão para Ana anunciar o Cristo no templo: É possível
que pessoas que criam em outros deuses, desiludidas por perceberem que os seus
deuses não socorrem nem ajudam estivessem buscando por um outro deus; por um
Deus que verdadeiramente se importa com o sofrimento humano.
E
Ana aproveitava essas oportunidades para anunciar o verdadeiro Deus. O Deus
que, de tanto amor pela humanidade, enviou o seu próprio Filho, na humildade de
uma criança, para tomar sobre si os nossos pecados e pagar por eles na cruz.
Assim
também cabe a nós, na igreja ou fora dela, anunciar a verdadeira mensagem do
Natal. Natal pode sim ser motivo para presentes, para parar um pouco com a
correria, para reunir a família e confraternizar. Mas, acima de tudo, Natal é
ter no coração a certeza de que Jesus é Emanuel, é Deus estando sempre com a
gente. É ter no coração a certeza de que, em Jesus, nós sempre temos um Deus
que nos ama e nos socorre e que, ao término desse sopro que é a vida, teremos a
plena salvação face a face com o salvador Jesus Cristo. Amém.
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