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sexta-feira, 2 de outubro de 2015

Mensagem 19º dom. após Pentecostes B 2015



Igreja Evangélica Luterana Cristo – Juína
Pr. Edenilson Gass
Sl 128; Gn 2.18-25; Hb 2; Mc 10.2-16 – 19º dom. após Pentecostes B 2015
O casamento à luz da vontade de Deus
v. 8: “E, com sua mulher, serão os dois uma só carne. De modo que já não são dois, mas uma só carne”.
Falar sobre casamento nos dias em que vivemos é, sem dúvida, um grande desafio para todos nós. O que vemos no Brasil e no mundo é uma verdadeira bagunça quando se fala sobre isso. As leis variam de país para país e mesmo entre as igrejas cristãs há divergências na doutrina e na pregação. Isso tudo leva a, pelo menos, dois problemas que são evidentes: Ou cria pessoas com convicções erradas sobre o casamento ou pessoas que, de tantas dúvidas, não sabem nem se podem viver de consciência tranquila diante de Deus.
Que bom que tudo o que Deus quer que a gente saiba ele deixou escrito. E nas dúvidas que temos, podemos recorrer à palavra de Deus que, aliás, é rica sobre esse assunto. Só hoje lemos em Gn 2 sobre a instituição do casamento; o salmo lembrando que só pode ser feliz a família que teme a Deus, o Senhor; e também em Marcos alguma coisa sobre o que Jesus mesmo disse.
A discussão começa quando os fariseus perguntam a Jesus se é lícito a um homem repudiar a sua mulher. Jesus responde com outra pergunta: Ora, até parece que vocês não conhecem a Bíblia! O que Moisés ordenou sobre isso? – Ah, Moisés permitiu a separação desde que se fizesse uma carta de divórcio.
Nada podia ser mais atual e brasileiro do que o entendimento judaico de dois mil anos atrás. Na verdade o que se percebe é que já no tempo de Moisés se cometiam abusos em relação ao matrimônio. Isso porque muitos homens, naquela visão de superioridade em relação à mulher, se viam no direito de mandar a sua esposa embora por qualquer razão que se considerasse justificável.
A gente sabe muito bem que a única lei divina que permitia o divórcio era em caso de adultério. Quando, então, a parte inocente tinha o direito de pedir a separação. Mas a coisa foi se distorcendo com o tempo cada vez que mais que, no tempo de Jesus, já se considerava que Moisés mesmo tinha dado essa ordem como se, de fato, qualquer coisa podia ser considerada motivo para divórcio e que não tinha mal nenhum nisso (desde que se lavrasse a carta de divórcio).
Mas como Jesus interpreta essa passagem do Antigo Testamento? Ele diz: “Por causa da dureza do vosso coração” é que ele permitiu o divórcio. Uma pessoa de coração duro é uma pessoa totalmente inflexível. Por mais que Moisés dissesse que aquilo ia contra a vontade de Deus eles faziam mesmo assim.
E quando Moisés viu aquele bando de cabeças-duras que não aceitavam a palavra de Deus como se isso não valesse nada, a solução que ele encontrou foi essa: Dos males, o menor. – Se você vai abandonar a sua esposa, pelo menos vai escrever um documento expondo a razão disso para evitar que ela seja apedrejada por adultério.
Então nós vemos que quando Moisés ordenou que se escrevesse uma carta de divórcio era para proteger a parte inocente – que, naquele contexto, sempre era a mulher. Essa carta não foi instituída com o intuito de facilitar a separação de um casal ou de tornar isso menos errado diante de Deus.
Por isso é uma pena que, assim como no tempo de Moisés, também hoje há muitos corações duros que não deixam a palavra de Deus entrar. Gente que gosta de se dar por entendida quando na verdade não sabe de nada.
E aí você vê brigas e até agressões nos casamentos. O número de divórcios cada vez maior (e as estatísticas estão aí para mostrar isso). Lares sendo destruídos. E quando o casal já tem filhos: em que situação ficam aquelas crianças? Que exemplo elas recebem sobre o casamento? Isso sem falar das inúmeras consequências de uma criança ser criada por um só dos pais.
Só que todos esses se esquecem – ou nem estão aí para – o que Jesus diz aqui que “desde o princípio da criação, Deus os fez homem e mulher”. Não adianta querer fugir a essa regra. Salvo raríssimas exceções, fomos todos criados para viver a dois. E as estatísticas estão aí para mostrar isso também: que a maioria dos divorciados se casam de novo ou, pelo menos, convivem com outra pessoa.
Como a gente tem a mania de pensar que o problema sempre está no outro, muita gente pensa que se divorciando e casando com outra pessoa não vai mais ter problemas. Bobagem. Isso não funciona. Não é o outro que tem de ser atacado, é o problema. Por isso quando um casal discute sobre alguma coisa ele tem que se preocupar em resolver o problema e não em descobrir quem é o culpado.
Certa vez alguém até usou a seguinte ilustração: Se a louça da sua casa está suja, você troca de casa para que esta venha com a louça limpa? Claro que não! Você lava a louça.
E por falar em louça, um problema que, especialmente, o homem tem é de pensar que na louça suja do casamento, se você deixar de lado por um tempo magicamente aquela sujeira some. E não adianta dizer o contrário, todo homem já tentou isso e todo mundo já percebeu que não funciona. A louça se acumula. Aquela sujeira vai grudando, vira uma “nhaca”. E cada vez fica mais difícil de limpar. Por isso, se a louça está suja, a questão não é quem sujou, a questão é que está suja. Vai lá e limpa.
Não queremos transmitir aos herdeiros da nossa geração que eles devem se casar porque no casamento não existe problema. Não querermos iludir ninguém. Mas precisamos transmitir com toda clareza e confiança que o problema não é o casamento, porque este é coisa boa, e sim como nos portamos no casamento.
Precisamos ensinar nossos jovens desde cedo que, embora o mundo tenha o tomado um rumo totalmente independente, a palavra de Deus continua válida. E nesta palavra Jesus diz que a busca pela felicidade fora do casamento é uma busca vã. É a ilusão na qual o mundo vive porque não conhece a Deus e não sabe que Deus estabeleceu o casamento para que a nossa alegria possa ser completa.
Lembrar também que ninguém precisa nem mesmo procurar pelo seu parceiro. O pessoal fica nessa de fazer um “test drive” para ver se os dois combinam. Ficam desesperados até entrando em sites de relacionamento na internet como se dependesse da gente encontrar a pessoa certa. É Deus quem providencia. Ele sabe quem é a pessoa certa.
Precisamos ensinar que é no casamento que Deus faz a maravilha de fazer de duas pessoas uma só carne e que, por esta razão, o que Deus ajuntou, que ninguém o separe. Precisamos ensinar que de todas as boas obras que podemos imaginar, todas elas juntas não valem mais do que o marido que ama e cuida da sua esposa ou a esposa que respeita e ajuda o seu marido.
Todos nós, infelizmente, cometemos erros e pecados em nossa vida. Desviamo-nos do caminho e da palavra de Deus. Muitos ainda precisam chegar ao arrependimento. Mas outros tantos carregam diariamente o peso da culpa pelos seus erros ou por aquilo que a sua consciência considera errado.
Por isso, quando o assunto é casamento, independente de qual seja a sua situação neste momento da vida; independente de quais sejam os pecados que afligem a sua consciência, lembre sempre que o perdão de Deus cobre multidão de pecados. E onde há um coração mole e arrependido, ali também há completa remissão dos pecados.
E o que mais pode ser essa remissão senão a certeza de que temos paz com Deus e que ele nos dá a chance de recomeçar a nossa vida? A chance de não repetir os mesmos erros. Quanta gente procura essa chance! Quanta gente queria voltar no tempo para fazer tudo diferente. E Deus nos dá essa chance todos os dias.
Por isso, aproveite essa oportunidade divina. “Coloque os pingos nos is”. Coloque as coisas em ordem e siga o conselho do rei Salomão: Seja feliz e aproveite os dias com essa pessoa maravilhosa que Deus colocou na sua vida. Amém.

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