Igreja
Evangélica Luterana Cristo – Juína
Pr.
Edenilson Gass
Sl 70; Am 5.18-24; 1Ts 4.13-18; Mt 25.1-13 – 22º dom. após Pentecostes A 2014
Preparados
pela fé
vv. 3-4: “As néscias, ao tomarem as
suas lâmpadas, não levaram azeite consigo; no entanto, as prudentes, além das
lâmpadas, levaram azeite nas vasilhas”.
Estar preparado. Como é importante
estar preparado. Quantas situações acontecem em nossas vidas nas quais
precisamos estar preparados? E como é complicado quando não estamos: Aquele
filho que não estava nos planos do casal; aquela prova surpresa na instrução de
confirmandos, na escola, na faculdade; aquela oportunidade de emprego que exige
uma certa experiência ou um grau acadêmico. Esses são apenas alguns exemplos
que mostram como é importante estar preparado.
Nós estamos em uma parte da
Escritura onde Jesus nos apresenta várias parábolas e fatos que nos fazem
pensar se nós estamos preparados. Por exemplo, se nós lermos o sermão profético
no capítulo anterior em que Jesus nos aponta sinais do fim dos tempos.
Ou então a parábola da figueira,
onde ele compara o juízo final com o episódio de Noé, em que as pessoas só
acreditaram quando começou a chover e não parava mais. E o texto lido há pouco
não é diferente e nos faz também pensar em vigilância, em estar preparado. Mas,
afinal, preparado para quê?
O texto inicia falando de dez noivas
que estavam à espera do seu noivo. É importante, para compreendermos bem este
texto, saber que um casamento oriental, pelo menos naquela época, acontecia da
seguinte forma: o noivo ia até a casa da noiva para recebê-la de seus pais.
Então iam até a casa do noivo para a festa nupcial.
E Jesus diz no versículo 2 que
“cinco dentre elas eram néscias, e cinco, prudentes”. As néscias ou tolas
levaram consigo apenas uma lamparina, mas não tinham azeite de oliva guardado,
que era o que mantinha a chama acesa. Já as prudentes, além da lamparina,
tinham levado óleo para o caso da lamparina começar a se apagar.
Mas aconteceu que o noivo demorou
um pouco mais do que o esperado e as noivas ficaram com sono e acabaram
dormindo. Dali há pouco uma voz dizia: “Eis o noivo”. Então elas acordaram e
imediatamente foram ao seu encontro. Mas as que foram desprevenidas ficaram sem
óleo e a lamparina se apagou.
Foram, então, atrás de óleo,
queriam comprá-lo. Bem quando saíram, o noivo chegou e levou consigo as cinco
prudentes. Quando as outras cinco chegaram à casa do noivo já era muito tarde e
o noivo as mandou embora dizendo que não as conhecia.
Meus irmãos, como em toda parábola,
é preciso encontrar os pontos de comparação, ou seja, o que Jesus está querendo
dizer com esta ilustração. Nesta parábola nós podemos considerar o seguinte: as
dez virgens são a Igreja de Cristo; o noivo é o próprio Cristo; a chama da
lamparina é a fé e o azeite, a Palavra de Deus, pois só o Espírito Santo pode
manter acesa a chama da nossa fé; e a chegada do noivo se refere à volta de
Cristo.
Com isso fica muito mais fácil nós
compreendermos como, por que e para que nós precisamos estar preparados. E assim
como nós nem sempre sabemos quando determinadas coisas podem acontecer, assim
também não sabemos quando Jesus voltará e por isso precisamos estar sempre preparados.
Por falar nisso, há algum tempo, o
jornal Correio do Estado trouxe uma reportagem sobre o pregador evangélico
Harold Camping que previu que o mundo terminaria em 18 de maio de 2011. Não
acontecendo, refez os cálculos e encontrou o dia 21 de outubro. Também não
aconteceu nada.
Mas nós já estamos acostumados com
esse tipo de especulação. O que mais chama a atenção é que tal proposição
partiu de um pregador. É engraçado como alguém que fala da Bíblia não conhece a
Bíblia, pois o próprio Jesus disse que ninguém sabe o dia nem a hora em que ele
voltará.
Quantos já tentaram, por meio de
especulações, adivinhar o dia do Juízo Final? No ano 2000 se falou tanto sobre
isso. Depois começaram a falar de 2012. Lançaram filmes e livros – e nada! Mas
o que a Bíblia nos diz é que este dia virá como um ladrão: quando menos se
espera.
E quando se fala em preparação
muitos acreditam que estar preparado é ter um grande acúmulo de boas obras;
outros, no outro extremo, acham que ninguém precisa se preocupar porque no
final das contas todo mundo vai para o céu
Isto é não levar estoque de azeite.
Só Deus pode reabastecer a nossa lamparina. E no momento em que eu começo a
olhar mais para mim do que para Deus e não fazer como Davi, no salmo de hoje,
que implora pela ajuda de Deus, eu estou impedindo que o Espírito Santo reponha
o meu estoque para que a chama da fé se mantenha acesa.
Uma lamparina sem azeite não serve
para nada. Assim também é alguém que se diz cristão diante de Deus, mas que no
coração não deposita a fé em Jesus.
E vejam se não é a história da
igreja o que as cinco virgens néscias foram fazer: comprar azeite. Quando nós
olhamos para a Reforma e lembramos das indulgências na Idade Média, onde as
pessoas supostamente compravam o perdão para si mesmas e para outras pessoas,
até mesmo para os mortos. Hoje tanto se ouve quando você liga a televisão, o
rádio ou vai em determinadas igrejas que nós também precisamos pagar pelo favor
de Deus.
Gente, o combustível da fé não se
compra, não se vende, não se empresta, não se dá, muito menos se merece. O
combustível da fé é pura graça de Deus.
Por isso a importância dos cultos, da
Santa Ceia, da leitura da Bíblia: primeiro para sermos fortalecidos nesta fé, o
que nos mantém preparados; segundo para não nos deixarmos levar por este
pessoal que, muitas vezes, faz uso da sua posição e até da palavra de Deus para
dizer o que Deus não disse.
Mas, se tudo depende de Deus, por
que aquelas cinco virgens não tinham um estoque maior? Deus não queria que elas
entrassem na festa? Não é isso. Elas não permitiram a ação de Deus à medida que
estavam seguras em si mesmas. Não estavam nem preocupadas com a chegada do
noivo.
As outras cinco esperaram em Deus.
Confiaram em Deus. Não olharam para si mesmas. Sim, elas também dormiram. Mas
muitas são às vezes em que nós também dormimos enquanto aguardamos a vinda do
noivo. Quando, por exemplo, olhamos mais para nós mesmos, para as nossas obras
ou para os nossos interesses e deixamos de lado a vontade de Deus e as obras de
Deus.
Porém este dormir pode se referir
não só ao agora, quando “dormimos no ponto”, mas também à morte. E o texto,
assim, nos deixa claro que depois da morte não há mais o que fazer. Os
estabelecimentos onde se reabastece a fé estarão fechados e quem não tiver
azeite no estoque, não entra na festa. Você por acaso sabe quando vai morrer?
Aqueles que estavam muito seguros
da salvação pode ser que tenham uma grande surpresa. Isto não quer dizer que
não podemos ter certeza da salvação. Pelo contrário, devemos ter esta certeza
mesmo que o diabo nos venha dizer o contrário! Mas sempre olhando para Jesus, nunca
para nós mesmos.
Por fim, isso tudo faz lembrar uma
história, e é verídica, de um soldado que estava de guarda no quartel e dormiu.
E não é que um sargento foi lá e o encontrou dormindo? Mas ele não disse nada,
só pegou o seu fuzil. Depois, quando o soldado acordou, viu que estava sem
fuzil e foi, desesperado, dizer justamente àquele sargento: você não vai
acreditar, roubaram o meu fuzil. E o resto vocês já podem imaginar.
Como é importante estar preparado!
Se para as coisas terrenas e passageiras já precisamos estar preparados, quanto
mais para o futuro eterno na presença de Deus. O soldado além de dormir perdeu
o fuzil. Que quando nós dormirmos, não estejamos sem a nossa arma: a fé em
Jesus. Como estar preparado? O apóstolo Paulo responde: “Crê no Senhor Jesus e
serás salvo”. Amém.
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