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quinta-feira, 9 de outubro de 2014

Mensagem 18º dom. após Pentecostes A 2014

Igreja Evangélica Luterana Cristo – Juína
Pr. Edenilson Gass
Sl 23; Is 25.6-9; Fp 4.4-13; Mt 22.1-14 – 18º dom. após Pentecostes A 2014
Santo banquete
v. 4: “Enviou ainda outros servos, com esta ordem: Dizei aos convidados: Eis que já preparei o meu banquete; os meus bois e cevados já foram abatidos, e tudo está pronto; vinde para as bodas”.
Estimado irmão, estimada irmã em Cristo, você gosta de festa? Talvez você esteja pensando: Depende da festa. Mas dificilmente, quando se trata de uma festa sadia e divertida, alguém não gosta. Agora, uma coisa que, com certeza, todos gostam nas festas é que é só chegar e aproveitar. Se não é você quem está organizando, não precisa fazer nada. É só chegar e aproveitar a festa.
Na parábola das bodas, Jesus fala de uma festa. E não uma festa qualquer, mas uma festa toda especial. Uma festa de casamento. E Jesus está dizendo que não falta nada. Já está tudo preparado. É só aproveitar.
A gente até pode imaginar, assim, o quanto aquele rei ficou triste. Porque justamente aqueles que foram especialmente convidados para a festa, não quiseram participar. O texto diz que eles “não se importaram”. Deram desculpas de que tinham mais o que fazer, como se os seus próprios afazeres fossem tão importantes que eles não pudessem nem parar um pouco para ir à festa.
É importante que a gente não esqueça que Jesus ainda está falando com os sacerdotes, os fariseus, enfim, a elite religiosa de Jerusalém. E assim como na parábola dos lavradores maus, que nós vimos semana passada, Jesus está dizendo que aqueles que recusaram o convite à festa eram justamente Israel, o povo de Deus.
E assim como o trabalho da vinha não iria parar por causa dos lavradores maus, mas eles é que seriam substituídos, assim também o rei não vai deixar de dar a festa por que os convidados não quiseram ir. Mas também os convidados vão ser substituídos. Aqui, ir à festa significa salvação; não ir à festa significa condenação.
Interessante que quando Lutero fala sobre o céu e o inferno, ele diz que o céu e o inferno, na verdade, já começam aqui. Aquele que, agora está com Cristo, já está no céu porque tem a salvação. Enquanto aquele que não está com Cristo, já está condenado porque não tem a salvação.
E quando se fala em festa e banquete, como nessa parábola, de fato Deus nos dá uma antecipação desse banquete. De maneira que, já agora, podemos sentir um gostinho do céu. Um gostinho do que é estar com Cristo. Isso acontece quando participamos da Santa Ceia.
E apesar de ali só ter um pedacinho de pão e um gole de vinho é um banquete infinitamente maior do que você pode fazer no meio-dia de domingo. Porque ali você recebe Cristo. E essa é a única refeição onde você recebe Cristo.
Aquele que crê, aquele que tem a esperança do banquete celestial com Cristo na eternidade, já desde agora quer participar deste banquete na Santa Ceia. E ele não recusa esse convite. Pelo contrário, ele tem desejo de participar.
Isso não quer dizer que se alguém, por alguma razão, não participa da Santa Ceia já está condenado. Mas, com certeza, se para ele não faz diferença participar ou não, deveria se preocupar. Porque o natural do cristão é querer estar com Cristo. E em que outro lugar você tem uma comunhão tão íntima com Cristo senão na Santa Ceia?
Por isso Lutero vai dizer lá no final do catecismo que se alguém não sente fome e sede da Santa Ceia, nós precisamos fazer uma pergunta para ela. E a pergunta é: Você ainda está vivo?
Por que essa pergunta? Porque só depois de morto a gente não precisa mais da Santa Ceia. A não ser, é claro, que nós somos tão bons que não precisamos receber nem Cristo nem o perdão da Santa Ceia.
Mas essa, com certeza, não é a situação. Jesus disse que os convidados não foram à festa porque não eram dignos. A bem da verdade, nenhum de nós e digno de participar da festa de Cristo. E, portanto, indignos da Santa Ceia também.
Só que a dignidade não está em nós e sim no próprio Cristo. E a sua dignidade, justiça e santidade ele atribui a nós pela fé nele. Se é assim que cremos, assim acontece. Se fôssemos esperar por uma semana sem pecados ou com poucos pecados para então participarmos da Santa Ceia, iríamos esperar a vida toda.
O que acontece é que, na Santa Ceia, Jesus quer perdoar os nossos pecados. E, por esse perdão, nos fortalecer para a luta contra o pecado. De maneira que, quanto menos alguém participa da Santa Ceia, mais afastada de Deus é a sua vida lá fora.
E quem se aproveita disso é o diabo. Aí a festa é dele. Porque o cristão, com o tempo, cria o hábito de participar dos cultos e receber a Santa Ceia. Tanto é que frequentemente a gente escuta alguém dizer assim: Nossa, pastor, domingo não deu para ir ao culto, parece que o meu domingo teve um buraco. E teve mesmo! Faltou alguma coisa.
O problema é que, como já foi dito, o diabo não perde tempo. E aí ele vai lá na orelha do cristão e diz assim: Ah, você já não foi no culto passado. Já perdeu a sequencia dos textos bíblicos, não tomou a Santa Ceia. Que diferença faz faltar uma vez ou duas vezes? E dali há pouco são três, dali há pouco são quatro, e quando se vê, a pessoa já nem aparece mais.
Rapidinho nossos afazeres começam a parecer tão importantes que não podemos nem parar por um dia para atender ao convite de Deus. E ficamos sob a tristeza de Deus porque os seus convidados não quiseram ir à festa.
No entanto, não é por isso que não vai ter festa. E Deus quer encher a sua casa. Tanto no céu, como aqui. Por isso ele diz: Vocês, minha Igreja, convidem. Entreguem os meus convites. Sabemos que nem todos virão. Mas alguns podem vir. E também por estes vai ter festa no céu, porque eles estarão junto com a gente no banquete de Cristo.
Chamem a todos, diz Deus. “Maus e bons”, ou seja, não olhem a aparência, a situação financeira, social. Só entreguem os convites. O simples fato de estarmos aqui e enchermos essa igreja já é um convite para os de fora. Porque eles vão passar e ver pessoas que gostam de estar aqui e vão entender que é bom estar aqui.
Deus está dizendo: Está tudo pronto! Vocês não precisam se preocupar com nada. Por enquanto, eu quero que vocês ajudem a entregar os convites e a cuidar da igreja. Mas depois, nas bodas do meu Filho, é só chegar e aproveitar a festa.
É nessa perspectiva que precisamos viver. Para fazermos o que nos cabe aqui não podemos esquecer da razão de tudo isso. E a razão é que Deus quer levar pessoas para o céu.
Naquele dia, Deus não vai ficar triste pelos que não estiverem lá. Mas vai se alegrar – e todos nós nos alegraremos com ele – por aqueles que lá se encontram. Porque, pela fé no salvador Jesus Cristo, atenderam ao convite que, talvez, nós mesmos entregamos.
Deus não está pedindo nada. Não precisa nem levar presente. O que precisava já foi conquistado pelo noivo no alto duma cruz. É de lá que vem o perdão dos nossos pecados e a vida eterna.
E pelo perdão que hoje recebemos na Santa Ceia, Deus quer nos manter firmes na fé até o último dia. E, assim como os discípulos estavam com Cristo quando instituiu a Santa Ceia, assim também nós estaremos juntos de Jesus eternamente. Amém.

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