Igreja
Evangélica Luterana Cristo – Juína
Pr.
Edenilson Gass
Sl 23; Is 25.6-9; Fp 4.4-13; Mt 22.1-14 – 18º dom. após Pentecostes A
2014
Santo
banquete
v. 4: “Enviou ainda
outros servos, com esta ordem: Dizei aos convidados: Eis que já preparei o meu banquete;
os meus bois e cevados já foram abatidos, e tudo está pronto; vinde para as
bodas”.
Estimado irmão,
estimada irmã em Cristo, você gosta de festa? Talvez você esteja pensando:
Depende da festa. Mas dificilmente, quando se trata de uma festa sadia e
divertida, alguém não gosta. Agora, uma coisa que, com certeza, todos gostam
nas festas é que é só chegar e aproveitar. Se não é você quem está organizando,
não precisa fazer nada. É só chegar e aproveitar a festa.
Na parábola das bodas,
Jesus fala de uma festa. E não uma festa qualquer, mas uma festa toda especial.
Uma festa de casamento. E Jesus está dizendo que não falta nada. Já está tudo
preparado. É só aproveitar.
A gente até pode
imaginar, assim, o quanto aquele rei ficou triste. Porque justamente aqueles
que foram especialmente convidados para a festa, não quiseram participar. O
texto diz que eles “não se importaram”. Deram desculpas de que tinham mais o
que fazer, como se os seus próprios afazeres fossem tão importantes que eles
não pudessem nem parar um pouco para ir à festa.
É importante que a
gente não esqueça que Jesus ainda está falando com os sacerdotes, os fariseus,
enfim, a elite religiosa de Jerusalém. E assim como na parábola dos lavradores
maus, que nós vimos semana passada, Jesus está dizendo que aqueles que
recusaram o convite à festa eram justamente Israel, o povo de Deus.
E assim como o
trabalho da vinha não iria parar por causa dos lavradores maus, mas eles é que
seriam substituídos, assim também o rei não vai deixar de dar a festa por que
os convidados não quiseram ir. Mas também os convidados vão ser substituídos.
Aqui, ir à festa significa salvação; não ir à festa significa condenação.
Interessante que
quando Lutero fala sobre o céu e o inferno, ele diz que o céu e o inferno, na
verdade, já começam aqui. Aquele que, agora está com Cristo, já está no céu
porque tem a salvação. Enquanto aquele que não está com Cristo, já está
condenado porque não tem a salvação.
E quando se fala em
festa e banquete, como nessa parábola, de fato Deus nos dá uma antecipação
desse banquete. De maneira que, já agora, podemos sentir um gostinho do céu. Um
gostinho do que é estar com Cristo. Isso acontece quando participamos da Santa
Ceia.
E apesar de ali só ter
um pedacinho de pão e um gole de vinho é um banquete infinitamente maior do que
você pode fazer no meio-dia de domingo. Porque ali você recebe Cristo. E essa é
a única refeição onde você recebe Cristo.
Aquele que crê, aquele
que tem a esperança do banquete celestial com Cristo na eternidade, já desde agora
quer participar deste banquete na Santa Ceia. E ele não recusa esse convite.
Pelo contrário, ele tem desejo de participar.
Isso não quer dizer
que se alguém, por alguma razão, não participa da Santa Ceia já está condenado.
Mas, com certeza, se para ele não faz diferença participar ou não, deveria se
preocupar. Porque o natural do cristão é querer estar com Cristo. E em que
outro lugar você tem uma comunhão tão íntima com Cristo senão na Santa Ceia?
Por isso Lutero vai
dizer lá no final do catecismo que se alguém não sente fome e sede da Santa
Ceia, nós precisamos fazer uma pergunta para ela. E a pergunta é: Você ainda
está vivo?
Por que essa pergunta?
Porque só depois de morto a gente não precisa mais da Santa Ceia. A não ser, é
claro, que nós somos tão bons que não precisamos receber nem Cristo nem o
perdão da Santa Ceia.
Mas essa, com certeza,
não é a situação. Jesus disse que os convidados não foram à festa porque não
eram dignos. A bem da verdade, nenhum de nós e digno de participar da festa de
Cristo. E, portanto, indignos da Santa Ceia também.
Só que a dignidade não
está em nós e sim no próprio Cristo. E a sua dignidade, justiça e santidade ele
atribui a nós pela fé nele. Se é assim que cremos, assim acontece. Se fôssemos
esperar por uma semana sem pecados ou com poucos pecados para então
participarmos da Santa Ceia, iríamos esperar a vida toda.
O que acontece é que,
na Santa Ceia, Jesus quer perdoar os nossos pecados. E, por esse perdão, nos
fortalecer para a luta contra o pecado. De maneira que, quanto menos alguém
participa da Santa Ceia, mais afastada de Deus é a sua vida lá fora.
E quem se aproveita
disso é o diabo. Aí a festa é dele. Porque o cristão, com o tempo, cria o
hábito de participar dos cultos e receber a Santa Ceia. Tanto é que frequentemente
a gente escuta alguém dizer assim: Nossa, pastor, domingo não deu para ir ao
culto, parece que o meu domingo teve um buraco. E teve mesmo! Faltou alguma
coisa.
O problema é que, como
já foi dito, o diabo não perde tempo. E aí ele vai lá na orelha do cristão e
diz assim: Ah, você já não foi no culto passado. Já perdeu a sequencia dos
textos bíblicos, não tomou a Santa Ceia. Que diferença faz faltar uma vez ou
duas vezes? E dali há pouco são três, dali há pouco são quatro, e quando se vê,
a pessoa já nem aparece mais.
Rapidinho nossos
afazeres começam a parecer tão importantes que não podemos nem parar por um dia
para atender ao convite de Deus. E ficamos sob a tristeza de Deus porque os
seus convidados não quiseram ir à festa.
No entanto, não é por
isso que não vai ter festa. E Deus quer encher a sua casa. Tanto no céu, como aqui.
Por isso ele diz: Vocês, minha Igreja, convidem. Entreguem os meus convites.
Sabemos que nem todos virão. Mas alguns podem vir. E também por estes vai ter
festa no céu, porque eles estarão junto com a gente no banquete de Cristo.
Chamem a todos, diz
Deus. “Maus e bons”, ou seja, não olhem a aparência, a situação financeira,
social. Só entreguem os convites. O simples fato de estarmos aqui e enchermos
essa igreja já é um convite para os de fora. Porque eles vão passar e ver
pessoas que gostam de estar aqui e vão entender que é bom estar aqui.
Deus está dizendo:
Está tudo pronto! Vocês não precisam se preocupar com nada. Por enquanto, eu
quero que vocês ajudem a entregar os convites e a cuidar da igreja. Mas depois,
nas bodas do meu Filho, é só chegar e aproveitar a festa.
É nessa perspectiva
que precisamos viver. Para fazermos o que nos cabe aqui não podemos esquecer da
razão de tudo isso. E a razão é que Deus quer levar pessoas para o céu.
Naquele dia, Deus não
vai ficar triste pelos que não estiverem lá. Mas vai se alegrar – e todos nós
nos alegraremos com ele – por aqueles que lá se encontram. Porque, pela fé no
salvador Jesus Cristo, atenderam ao convite que, talvez, nós mesmos entregamos.
Deus não está pedindo
nada. Não precisa nem levar presente. O que precisava já foi conquistado pelo
noivo no alto duma cruz. É de lá que vem o perdão dos nossos pecados e a vida
eterna.
E pelo perdão que hoje
recebemos na Santa Ceia, Deus quer nos manter firmes na fé até o último dia. E,
assim como os discípulos estavam com Cristo quando instituiu a Santa Ceia,
assim também nós estaremos juntos de Jesus eternamente. Amém.
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