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domingo, 15 de junho de 2014

Mensagem Domingo SS. Trindade A 2014



Igreja Evangélica Luterana Cristo – Juína
Pr. Edenilson Gass
Mt 28.16-20 – Domingo da SS. Trindade A 2014
Jesus nos envia a fazer discípulos
vv. 19-20: “Ide, portanto, fazei discípulos de todas as nações, batizando-os em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo; ensinando-os a guardar todas as cousas que vos tenho ordenado. E eis que estou convosco todos os dias até à consumação do século”.
Você já foi encarregado de uma missão muito importante? Uma tarefa de grande responsabilidade. Citar exemplos até é difícil, afinal de contas, o que um considera importante pode ser que outro não considere tanto assim. O que é bastante provável é que cada um de nós já tenha sido incumbido de uma tarefa especial pelo menos em algum momento da vida.
E vejam se não é assim que, no início, a gente até fica um pouco receoso. Será que cai dar certo? Será que eu vou conseguir? Mas depois você vai pegando o jeito e dali há pouco só o que você enxerga são os frutos colhidos do seu trabalho. A reconfortante recompensa de se sentir útil numa tarefa de grande importância.
Isso é o que acontece no final de evangelho de Mateus. Jesus, prestes a ascender ao céu, encarrega os seus discípulos de darem continuidade ao trabalho que até então ele vinha realizando: fazer discípulos.
Sem dúvida esse é um dos textos mais belos e confortadores que encontramos na palavra de Deus. Alguns estudiosos, tamanha a importância que viram nesse texto, chegam a relacionar esses últimos versículos com todo o restante do evangelho. Como se fossem um resumo do propósito da obra de Jesus.
E, por que não, também poderíamos dizer, especialmente hoje: o propósito da obra da Trindade. Pois o Deus, Deus Pai, que enviou Jesus ao mundo, em Jesus alcançou a salvação da humanidade e agora, pelo Espírito Santo, continua fazendo discípulos pelo anúncio da mensagem da salvação.
Tanto é que Jesus, ao ordenar o batismo, ensina a batizar fazendo uso das palavras “em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo”. E isso é extremamente significativo. Não só porque mostra que o batismo não é uma obra humana, embora seja realizado por mãos humanas, mas especialmente porque, biblicamente, muitas vezes o nome de alguém não é simplesmente um nome, uma lembrança de alguém ou alguma coisa assim.
O nome de alguém indica quem ela é e até a obra que ela realiza. Alguns exemplos clássicos mostram isso: Moisés que significa “tirado das águas”; Abraão que tem a ver com um pai de muitos filhos; e o próprio Jesus, o mais óbvio de todos, que significa “salvador”.
Portanto, batizar alguém em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo significa lembrar e atribuir toda a obra de Deus, cujo centro é a cruz de Cristo, àquela criança ou àquele adulto que está sendo batizado.
Aqui nós percebemos claramente a presença e a atuação da Trindade na obra da salvação. Lemos em Gênesis, que na Criação, não só Deus Pai, o Criador, estava lá, mas a Trindade. Assim também no envio de Jesus ao mundo, o Pai e o Espírito Santo tiveram o seu papel. E aqui, no momento em que Jesus dá essa grande comissão aos discípulos, lembra que é uma obra de toda a Trindade.
Fazer discípulos não é a nossa missão, mas a missão do Deus triúno. Essa é a nossa missão na medida em que Deus precisa de nós para realizar o seu trabalho. E, ainda assim, não exatamente que ele precise de nós, mas porque ele escolheu, porque ele quis que fosse assim.
O apóstolo Pedro diz uma coisa surpreendente na sua primeira carta: que muito do que os profetas anunciaram por inspiração do Espírito Santo nem os anjos tinham conhecimento. Assim a gente percebe que, realmente, Deus não quer fazer discípulos de todas as nações sem a nossa participação. Ele poderia enviar os seus anjos, que são santos, ele poderia agir de outras maneiras, mas Deus escolheu atuar através de nós.
A missão, de fato, não é nossa. Mas somos os instrumentos que Deus usa para realizar a sua missão de fazer discípulos. Pelo batismo e também pelo ensino do Evangelho.
E essa mensagem que hoje nós conhecemos tão bem não chegou até nós por meio de anjos. Ou chegou? Não, não chegou! Mas por meio de pessoas que fizeram de nós, pelo batismo ou pelo ensino, discípulos no reino de Deus.
Foi graças a pessoas que levaram a sério o comissionamento de Jesus, desde aqueles apóstolos até os dias de hoje, que nós podemos viver felizes pela certeza da salvação. Agora é a nossa vez de darmos continuidade a este trabalho.
Jesus não podia ser mais claro nas suas últimas palavras. O fazer discípulos não consiste apenas em batizar, mas também em ensinar. E, graças a Deus, a nossa igreja, a IELB, é uma igreja que incentiva o ensino em todas as etapas da vida. Desde a criança que vai à Escola Dominical. Depois ela segue com a instrução de confirmandos. Pode participar da juventude. Isso sem falar dos estudos bíblicos propriamente ditos, onde todos podem crescer no conhecimento da palavra de Deus.
Então a ordem de Jesus está sendo cumprida. As oportunidades estão aí para que todos, batizados ou não, possam cada vez aprender mais sobre a palavra de Deus e, assim, exercerem melhor a sua comissão de fazer discípulos.
Aprendizado e missão caminham juntos. É difícil dar um bom testemunho se não há um conhecimento prévio do que Deus diz na sua Palavra. Como poderemos testemunhar de algo que não conhecemos?
E isso não vale só para o testemunho oral, mas também o testemunho de vida. Só Deus pode moldar o nosso viver de acordo com a sua vontade. E como é diferente a vida de uma pessoa que diariamente faz a sua leitura bíblica, uma devoção, a sua oração daquele que não considera isso importante.
Normalmente aquele que valoriza essas práticas e as coloca como parte da sua rotina vive melhor, mais tranquilo, feliz. Além de se importar com sua vida ética e cuidar mais com o que fala, com o que faz procurando em tudo guardar os preceitos de Deus e dar um bom testemunho cristão.
Sim, ambos podem ser cristãos. Ambos podem crer em Jesus como seu salvador. Mas qual dos dois está realmente dando um bom testemunho do amor de Deus com a sua própria vida?
E, assim, também, o ensino não pode ficar restrito à igreja. Ou ser terceirizado para a igreja. Lutero escreveu um catecismo para ajudar os pais a educar os filhos. E hoje quem ensina o catecismo aos adolescentes? O pastor.
Claro, não tem nada de mau em o pastor ter essa tarefa também. Mas quando o adolescente chega à instrução de confirmandos sem saber quem foi José, Sansão, Abraão e pensando que vai para o céu desde que seja uma pessoa boa não tem como a gente não se preocupar. O batismo sempre acontece, o ensino nem sempre.
A partir desse texto podemos dizer que todos nós, sem acepção, fomos encarregados de uma missão muito importante. Deus nos comissionou para uma missão incomparável. Sem dúvida, não há tarefa mais especial do que essa de fazer discípulos. Pelo batismo, trazemos as crianças para dentro da fé cristã e damos a elas a certeza da salvação. Pelo ensino, Deus nos mantém nessa fé e aprendemos também a como viver essa fé no nosso dia-a-dia. De maneira que o nosso Deus, Pai, Filho e Espírito Santo possa continuar com a sua missão. E nós, ao mesmo tempo, nos sentirmos úteis e felizes por sermos instrumentos de Deus nessa sublime tarefa de fazer discípulos de todas as nações na certeza da companhia de Deus até a consumação do século. Amém.

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