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sábado, 21 de junho de 2014

Mensagem 2º dom. após Pentecostes A 2014



Igreja Evangélica Luterana Cristo – Juína
Pr. Edenilson Gass
Mt 10.5a,21-33 – 2º dom. após Pentecostes A 2014
Persistentes pela certeza da salvação
v. 22: “Sereis odiados de todos por causa do meu nome; aquele, porém, que perseverar até o fim, esse será salvo”.
Você já se sentiu excluído, deslocado mesmo em meio a um grupo maior? Como se você não fizesse parte daquele grupo? Como se fizesse parte da minoria ou até mesmo estivesse totalmente sozinho? A gente sabe o quanto isso é incômodo, de maneira que a gente não consegue nem se expressar. A gente fica com medo ou então vergonha de expor a nossa opinião, afinal, o que os outros vão pensar? Eles são tão diferentes. Vão rir de mim. Vão me excluir de vez.
Parece que é exatamente isso que Jesus está esperando que aconteça com os seus discípulos e também com a gente. Mas nada de se espantar, como se fosse uma mensagem nova na Bíblia que a gente nunca tivesse lido. A gente sabe muito bem que também os cristãos estão sujeitos ao sofrimento.
E isso também não é coisa nova na história da Igreja. Não é de hoje que os cristãos sofrem. Não é do Novo Testamento que os cristãos sofrem. Mas desde que o pecado entrou no mundo.
Não sei se todos tiveram a mesma sensação nas leituras bíblicas de hoje. Mas parece que todas elas carregam, por assim dizer, um ar pesado. Como que transmitindo o sofrimento e a dor dos cristãos daquelas épocas.
O salmo nem tanto, porém confiança do salmista parece refletir o outro lado da moeda: o medo e a angústia que se apoderavam do seu coração e que o leva a se entregar nas mãos de Deus. O profeta Jeremias lamenta o fato das pessoas não darem valor à palavra de Deus. E ainda zombavam dele por anunciar esta Palavra.
O apóstolo Paulo nos conclama à luta contra o pecado e conclui dizendo que “o salário do pecado é a morte”. E no evangelho, quando finalmente esperamos um pouquinho de evangelho, Jesus diz que os seus discípulos serão odiados, perseguidos e talvez até mortos.
No entanto, como diria Lutero, o que está escrito não está escrito para eles, ou seja, para Jeremias, Paulo ou Jesus, mas para nós. Para que nós estejamos cientes e preparados porque, como discípulos de Jesus, tudo isso também vale para nós.
Como Jeremias, também nós estamos sujeitos a rejeição, zombaria por anunciarmos a palavra de Deus e vivermos de acordo com ela como fez Jeremias. Ele que chegou a sair na rua usando uma canga para simbolizar o castigo de Deus sobre aqueles que não queriam se arrepender e mudar de vida.
Jeremias não olhou para o que as pessoas poderiam pensar ou dizer. Ele simplesmente fez aquilo que Deus lhe dissera para fazer.
Também a luta contra o pecado é coisa que faz parte da vida de todo cristão. O que Paulo fala em Romanos não é para descrentes, é para nós mesmo. Uma luta diária e que é necessária. Quando essa luta já não existe mais, quando não analisamos mais as nossas atitudes à luz da vontade de Deus, aí sim é que a gente precisa se preocupar.
O apóstolo Paulo representa essa luta na sua própria vida quando afirma que o bem que eu quero fazer, não faço; porém o mal, que detesto, esse faço.
E tudo isso está relacionado e faz parte do que Jesus diz aqui em Mt 10. Lembremos que este é o mesmo capítulo em que Jesus diz que está enviando os seus discípulos como ovelhas para o meio de lobos.
Assim a gente percebe de longe que a vida do cristão nem sempre é fácil. Os profetas sofreram, os apóstolos sofreram, Jesus sofreu, nós também vamos sofrer. Não tem como ser cristão e viver como tal sem sofrer algum tipo de perseguição.
Vamos olhar para a nossa própria vida. Quantas vezes, de uma ou de outra maneira, às vezes mais suave, às vezes mais grosseira, sofremos algum tipo de perseguição? E as perseguições acontecem de várias maneiras. Pode ser alguém que debocha da nossa fé; quando alguém evita a nossa amizade por sermos cristãos; pode ser quando o mundo tem atitudes tão desprezíveis, como que mostrando que ninguém se importa com o que Deus diz.
E, por isso, a possibilidade de sermos excluídos de entre a maioria é muito grande. Porque essa maioria não concorda com a nossa mensagem. E por isso tudo ainda devemos dar graças a Deus, porque em outros países ou em outras épocas as perseguições seriam muito piores. Por isso se não queremos que o Brasil também seja um país de perseguição cristã, precisamos anunciar a palavra de Deus para as pessoas com quem nos encontramos. Começando dentro de casa.
E é nessa hora que precisamos lembrar que as leituras bíblicas que fizemos no dia de hoje não são totalmente negativas. Apesar do medo e da angústia o salmista sabe que em Deus ele tem um refúgio. Alguém que o ajuda e o livra nas dificuldades, dos inimigos. Que envia os seus anjos para proteger.
Também Jeremias diz “o Senhor está comigo como um poderoso guerreiro”. Deus é aquele que luta por nós. Em momento algum estamos desamparados, abandonados, sozinhos. Deus está com a gente. E Deus está lutando por nós a cada segundo, a cada minuto, a cada hora do dia.
E também na batalha contra o pecado é Deus quem luta por nós. O Senhor dos Exércitos luta por nós e, assim, Deus vai moldando o nosso viver para que, nessa liberdade que temos em Cristo, não sirvamos o pecado, mas sirvamos ao nosso Deus.
É nessa segurança da presença e da atuação de Deus em todos os dias da nossa vida que o apóstolo pode dizer com tanta certeza: “o salário do pecado é a morte”, sim, “mas o dom gratuito de Deus é a vida eterna em Cristo Jesus, nosso Senhor”.
Só há duas maneiras de eu me dizer cristão e não sofrer perseguição. Ou eu tenho muita sorte porque Deus me protege das perseguições e não permite que eu sofra com isso ou eu não estou vivendo uma vida cristã decentemente a ponto das pessoas perceberem que eu sou cristão.
É um cristianismo de fachada, uma religiosidade hipócrita como a religiosidade dos fariseus que, aliás, chamaram a Jesus de Belzebu no capítulo 9 – o maioral dos demônios. E Jesus, agora, aproveita essa situação para dizer: Se eu, que sou o mestre de vocês, já sou tratado dessa maneira, não esperem que com vocês as coisas sejam diferentes.
Mas todas essas dificuldades não parecem nada diante da recompensa que Jesus promete. No versículo 22 nós lemos: “Sereis odiados de todos por causa do meu nome; aquele, porém, que perseverar até o fim, esse será salvo”. E mais adiante ele vai dizer: “Quem acha a sua vida perdê-la-á; quem, todavia, perde a vida por minha causa achá-la-á”.
E, voltando ao texto de hoje, temos aquela afirmação categórica de Jesus: “Portanto, todo aquele que me confessar diante dos homens, também eu o confessarei diante de meu Pai, que está nos céus; mas aquele que me negar diante dos homens, também eu o negarei diante de meu Pai, que está nos céus”.
Esse é o grande consolo. Essa é a grande motivação da nossa persistência. Como cristãos, o que importa é fazer o que é correto, o que sabemos ser da vontade de Deus. Se fazemos isso pelo nome de Cristo, então não importa o que os outros vão pensar, o que os outros vão dizer e nem o que podem fazer, pois Jesus diz para não termos medo deles. O que importa é que, no último Dia, o próprio salvador Jesus vai dizer ao Pai que nós pertencemos a ele e, portanto, com ele entraremos na glória eterna.
Então, chega de sofrimento, chega de perseguição, chega de dificuldades. Isso tudo faz parte desta vida. E Deus sabe que tudo isso é necessário. Mas só por enquanto. Afinal, os profetas, os apóstolos e, especialmente, o próprio Jesus, que tantas e tantas vezes se sentiram sozinhos, abandonados, agora estão em plena comunhão com aquele que, na verdade, sempre esteve presente. Por isso que nos rejeitem, que nos desprezem.
O desprezo do mundo é nada comparado à presença e à graça do nosso Deus e Pai. E em todas as dificuldades, na angústia, no medo ou no sofrimento, Deus está do lutando por nós e sempre vai nos suprir com todo o necessário para o corpo e a alma e para seguirmos em frente. Pois aquele que habita na sombra do Altíssimo, descansa nas mãos do Onipotente. Amém.

A summary...

Have you ever felt excluded, even in the midst of a larger group? As if you were alone? It is not good. We can get afraid or ashamed to expose our opinion. After all, what will the people think about me? They will laugh at me. They will exclude me every now.
It seems exactly what Jesus expects from his disciples and from us. This is nothing new. It is not an obscure message of the Bible. We know very well that Christians also suffer. Christians suffer since the sin has entered in the world.
In this text, Jesus alert his disciples that they would be hated, persecuted and, perhaps, they would be killed because of the name of Jesus.
Luther says that the Sacred Scripture is not written for the prophets, disciples or even Jesus, but for us. We must knowing that, because of the name of Jesus, because of the Christian faith, we can also be hated, persecuted. And many Christians have been killed throughout history.
But no suffering can be compared to the heavenly joy. Then, enough suffering, enough persecution. The prophets, the apostles and, specially, Jesus that so many times have suffered in this world because of their faith, now are waiting for us in the company of the Father almighty.
Therefore, we can live happily for the salvation. As the psalmist says: “He that dwelleth in the secret place of the most High shall abide under the shadow of the Almighty”. Amen.
 

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