Páginas

sábado, 26 de dezembro de 2015

Mensagem 1º dom. após o Natal C 2015



Igreja Evangélica Luterana Cristo – Juína
Pr. Edenilson Gass
Sl 111; Êx 13.1-3a,11-15; Cl 3.12-17; Lc 2.22-40 – 1º dom. após o Natal C 2015
A verdadeira mensagem do Natal
v. 30: “Porque os meus olhos já viram a tua salvação”.
Natal. O que é o Natal? Para muitos o Natal é uma ótima oportunidade para ampliar as vendas e, consequentemente, o lucro. Para outros é só mais um feriado. Outros mais tradicionais entendem o Natal como encontrar os familiares e fazer uma bela ceia em confraternização ao amor e à paz. Para famílias cristãs, Natal é o nascimento de Jesus. Mas será que é só isso mesmo?
As leituras indicadas para este primeiro domingo após o Natal nos sugerem algo mais, de forma especial o evangelho de Lucas que conta de quando Jesus foi levado ao templo logo nos seus primeiros dias devido às cerimônias que a lei exigia.
Nessa situação, um personagem ilustre aparece: Simeão, a quem o próprio Espírito Santo havia prometido que ele não morreria antes de ver Deus cumprindo a sua promessa de enviar o Messias ao mundo.
Por isso é tão importante o fato de que quando ele toma o menino Jesus nos braços, ele diz: Agora, Senhor, despedes em paz o teu servo, pois os meus olhos já viram a tua salvação que é luz para alumiar as gentes de todos os povos.
Simeão reconheceu que, escondido naquele pobre menino, estava o próprio Deus eterno trazendo salvação a todos os que nele creem. Na verdade, ele é a revelação de Deus. É onde Deus se mostra e revela o seu infinito amor pela humanidade. É em Jesus que se cumpre a profecia de Isaías de que ele seria a luz para o mundo que jaz na escuridão do pecado.
Que consolo inigualável essa mensagem traz aos nossos corações. A tantos que sofrem com doença e morte, que são consequências do pecado; a tantos que se punem e se culpam e que não encontram a paz com Deus. Jesus é a certeza de que algo maior e muito mais precioso nos aguarda. Nele nós já temos a paz com Deus, porque nele os nossos pecados são perdoados e fomos restaurados para a vida eterna.
O próprio Jesus, mais tarde, iria dizer que todo o que nele crê não fica na morte, mas passa da morte para a vida. Ou seja, da condenação eterna por causa do pecado para a vida eterna por causa de Cristo Jesus, o nosso salvador.
Por isso sempre que as aflições nos sobrevêm devemos lembrar que Deus sempre age para o nosso bem e a nossa salvação. Devemos confiar na bondade e no cuidado de Deus em toda e qualquer situação, pois ele mesmo disse: Aquele que não poupou o seu próprio Filho, antes, por nós o entregou, não nos dará juntamente com ele todas as todas e, por fim, a vida eterna?
Os nossos pecados já não nos condenam porque Cristo morreu em nosso lugar para nos conquistar o perdão de Deus e agora nos guia em uma vida completamente diferente. Jesus se fez pobre para que nos tornássemos ricos, disse o apóstolo Paulo. Por isso pobre mesmo é aquele que não crê em Cristo e, assim, vive sem esperança, sem socorro e sem salvação.
É por isso que Simeão profetizou que Jesus viria para o levantamento de muitos e também para a destruição de muitos. Porque todo aquele que rejeita ao menino Jesus não crendo que ele é o salvador ou que esconde a sua fé por vergonha do nome de Cristo faz de si mesmo alvo da ira de Deus. E essa ira acaba em destruição.
Porém todos os que nele creem e, consequentemente, o servem no seu Reino e não omitem a sua fé podem ter firme confiança de que Deus não os abandona em nenhum momento da vida. E que, ao término dessa rápida passagem pelo mundo, serão levados para junto do seu salvador.
É nesta fé que nós também podemos cantar com Simeão que “os meus olhos já viram a tua salvação”. Nossos olhos, pela fé, creem na palavra de Deus e nela enxergam a salvação de Deus que é o próprio Jesus. Ele é a revelação visível de Deus. E é pela fé nele que um dia o poderemos ver face a face e então vamos repetir de novo e de novo: - Os meus olhos estão vendo a salvação de Deus.
Dá para imaginar uma coisa dessas? Se já é bom viver a salvação aqui e agora, mesmo em meio a tanto sofrimento, imagina o que Deus tem preparado para aqueles que o amam. E isso tudo a gente só encontra naquele menino que há dois mil anos foi concebido pelo Espírito Santo e nasceu para trazer salvação.
Simeão também disse que, por causa daquele menino, os corações seriam revelados. Ou seja, não ficaria mais escondido o que realmente há nos corações.
Muita gente pensa que as pessoas são salvas dependendo daquilo que elas fazem ou deixam de fazer nesta vida. – Nossa! Mas é uma pessoa tão boa, está sempre ajudando a quem precisa, trata todo mundo de igual para igual; essa pessoa, com certeza, merece entrar no céu.
Quando os corações são revelados, só há uma coisa que importa: a nossa situação diante do menino-Deus. O que vale diante de Deus não são as nossas obras, mas se cremos, com a mesma fé de Simeão, que Jesus é o Messias, o salvador e a luz do mundo.
Nossas obras são úteis para o nosso próximo e é por isso que Deus ordena que as pratiquemos. Não é possível cumprir o mandamento de amar o próximo se não estamos dispostos a fazer a vontade de Deus e, desta forma, servir como espelhos de Deus no mundo.
Assim fazia a profetisa Ana que também estava no templo quando Jesus foi levado até lá. Lucas deixou escrito que ela quase não saía do templo e falava às pessoas que Jesus é o salvador.
Isso é muito interessante porque nos faz pensar em duas possibilidades ou, que nos ensina pelo menos duas coisas. Se Ana anunciava a salvação no templo, então podemos dizer que também os que creem precisam continuar ouvindo a mensagem do Evangelho. Muita gente peca contra o terceiro mandamento porque pensa que não precisa ouvir várias vezes a mesma coisa. São tão seguros em si mesmos, como se manter a fé dependesse deles, que dizem assim: - Ah, essa história eu já conheço.
Não pode ser assim. Nossa natureza pecaminosa sempre procura nos afastar de Deus, não importa quantas e quantas vezes já ouvimos sobre arrependimento e fé. E, por isso, necessitamos estar em constante contato com a Palavra de Deus e o sacramento porque são os meios que Deus usa para nos manter na fé e no caminho certo.
E também pode ter mais uma razão para Ana anunciar o Cristo no templo: É possível que pessoas que criam em outros deuses, desiludidas por perceberem que os seus deuses não socorrem nem ajudam estivessem buscando por um outro deus; por um Deus que verdadeiramente se importa com o sofrimento humano.
E Ana aproveitava essas oportunidades para anunciar o verdadeiro Deus. O Deus que, de tanto amor pela humanidade, enviou o seu próprio Filho, na humildade de uma criança, para tomar sobre si os nossos pecados e pagar por eles na cruz.
Assim também cabe a nós, na igreja ou fora dela, anunciar a verdadeira mensagem do Natal. Natal pode sim ser motivo para presentes, para parar um pouco com a correria, para reunir a família e confraternizar. Mas, acima de tudo, Natal é ter no coração a certeza de que Jesus é Emanuel, é Deus estando sempre com a gente. É ter no coração a certeza de que, em Jesus, nós sempre temos um Deus que nos ama e nos socorre e que, ao término desse sopro que é a vida, teremos a plena salvação face a face com o salvador Jesus Cristo. Amém.

Acesse também: falandoteologicamente.blogspot.com.br

Nenhum comentário:

Postar um comentário