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sexta-feira, 13 de novembro de 2015

Mensagem 25º dom. após Pentecostes B 2015



Igreja Evangélica Luterana Cristo – Juína
Pr. Edenilson Gass
Sl 16; Dn 12.1-3; Hb 10.11-25; Mc 13.1-13 – 25º dom. após Pentecostes B 2015
Perseverando na batalha da fé
v. 13: “Sereis odiados de todos por causa do meu nome; aquele, porém, que perseverar até o fim, esse será salvo”.
Perseverança. Sem dúvida está aí o que, para muitas pessoas, ainda é um ingrediente secreto do sucesso de muita gente. Perseverança é persistência. É saber que nada acontece da noite para o dia e que é preciso investir semanas, meses e até anos se queremos conquistar alguma coisa.
No evangelho de Marcos deste domingo, até Jesus fala da importância de ser persistente. De não desistir no meio do caminho. “Aquele... que perseverar até o fim, esse será salvo”.
Claro que se a caminhada cristã neste mundo fosse simples e fácil, não seria necessário um apelo desse tipo. Um apelo que, ao mesmo tempo, mostra que há consequências para quem não perseverar. E se a salvação é o prêmio para quem seguiu em frente, a consequência para quem desistiu só pode ser a condenação.
Jesus, nesse momento da sua missão aqui no mundo, começa a ensinar os seus discípulos sobre o destino deste mundo. Que muitas coisas ruins aconteceriam e que depois disso ele retornará para julgar os vivos e os mortos quanto ao seu destino eterno.
O primeiro momento do texto é aquele em que Jesus e os discípulos estão saindo do templo e os discípulos aproveitam para fazer um comentário sobre a beleza e a magnitude do templo: Olha Jesus! Que pedras! Que construções! Infelizmente, para eles, a resposta de Jesus não foi das mais agradáveis. Jesus, sabendo que tudo aquilo iria abaixo por volta de quarenta anos depois, diz aos discípulos que ali não ficaria nem um pedra sobre a outra.
A primeira lição que recebemos com isso, quando pensamos no retorno de Cristo e no julgamento, é de não ficarmos presos às coisas deste mundo. Muitos são os que se perdem porque são tão presos e apaixonados pela grandiosidade dos feitos humanos, pelo desejo de poder e soberania ou pelo dinheiro, que passam a dedicar todo o seu tempo para conquistar estas coisas, sendo que muito deste esforço deveria estar sendo usado em prol do reino de Deus.
Por isso o texto de Hebreus que lemos hoje ressalta a necessidade de viver em comunhão: Porque é ali que deve acontecer o estímulo mútuo para a persistência na vida cristã. Comunhão não é só se reunir com um monte de gente dentro da igreja e depois ir embora sem se importar com ninguém.
É exatamente o tipo de comunhão que acontece fora da igreja que vai mostrar se realmente estamos sendo Igreja. Mas quantas vezes a gente pergunta a um irmão como anda a sua fé? Quantas vezes a gente se reúne para refletir na palavra de Deus que não seja na hora do estudo bíblico aqui na igreja? Quantas vezes nós temos estimulado uns aos outros ao exercício da fé em uma vida de serviço a Deus no seu Reino?
É para isso que somos congregação: para nos congregarmos e estimularmos uns aos outros a persistir na corrida da fé a fim de que possamos correr juntos essa corrida e alcançarmos todos o grande prêmio da vida eterna. Então, é isso que temos feito ou ainda estamos admirando nossas pedras?
No segundo momento do texto, Jesus aproveita toda esta discussão para continuar ensinando bem defronte do templo, no monte das Oliveiras. A mensagem de Jesus surtiu efeito: os discípulos ficaram preocupados sobre quando essas coisas iriam acontecer. Jesus não dá uma data, pois se ele desse, muitos acabariam se perdendo no pecado.
Mas Jesus fala de alguns sinais que devem nos servir de aviso, como sendo sinais do fim dos tempos. Evidentemente que muitos desses sinais aconteceram por séculos e o fim ainda não veio, então alguém poderia questionar a veracidade do que Jesus disse. Mas para nós não deve haver dúvida de que Deus sempre faz as coisas para nos manter no seu caminho.
Os sinais que Jesus dá precisam necessariamente acontecer em todos os tempos e em todos os lugares, por mais que alguns desses sinais sejam mais notáveis em alguns momentos da história e outros em apenas alguns lugares do mundo. Por que? Porque Deus quer nos manter sempre alertas.
Por isso sempre é bom relembrar quais são esses sinais porque eles nos fazem lembrar que o mundo não é eterno. E que, assim como não ficou pedra sobre pedra no templo de Jerusalém, assim também não vai sobrar nada deste mundo quando Jesus vier novamente.
Vamos então relembrar alguns desses sinais: falsos anunciadores do Evangelho e, como consequência, pessoas sendo espiritualmente enganadas; guerras e rumores de guerras; terremotos; fome; perseguição à Igreja Cristã; homicídios dos mais repugnantes até entre familiares. Não é exatamente o que vemos ao nosso redor?
Dá para entender agora porque não é simples nem fácil a vida cristã? Muitíssimas são as tentações para nos afastar da fé. Somos tentados a questionar “onde está Deus em meio a tanto sofrimento?”, “por que ele não barra os falsos profetas e continua enviando abalos sísmicos que só causam destruição?”. E ainda por cima os próprios cristãos a quem Deus chama de filhos são torturados e mortos diariamente!
Teríamos de ir muito longe para tentar responder a essas perguntas. Mas podemos dizer com certeza que nada disso foge ao controle de Deus e que Deus usa de todas essas coisas para mostrar a gravidade do pecado e o quanto nós necessitamos de um salvador.
E, muitas vezes, é no sofrimento que Deus se mostra. Por vezes nos dando força, consolo e perseverança para seguirmos em frente, outras vezes agindo por meio da sua Igreja para levar comida ao faminto, conforto ao abatido e ânimo ao desanimado.
E também são essas coisas que nos fazem lembrar qual é nosso real papel neste mundo. Sabendo que tudo o que vemos um dia terá um fim, será que estamos no mundo só para trabalhar, ganhar, juntar? Por que insistimos nesse martírio desnecessário de viver em preocupação e ansiedade pelo dia de amanhã se Deus cuida até dos pássaros e das flores do campo?
Por isso não podemos deixar de ler até o final, onde Jesus diz que, apesar de toda essa maldade do ser humano e das consequências do pecado, o Evangelho será anunciado a todas as nações. Ninguém pode calar a Igreja de Deus porque nem mesmo as portas do inferno prevalecerão contra ela – diz Jesus.
Estamos no mundo para anunciar o Evangelho da salvação exatamente a este mundo caído, errante que não conhece a Deus e que não faz a sua vontade. E para todos os que se preocupam com isso, Jesus diz: “Não vos preocupeis com o que haveis de dizer... porque não sois vós os que falais, mas o Espírito Santo”.
É aí que precisa estar a nossa perseverança. Tudo aquilo que podemos fazer pela Igreja de Deus, em termos de oferta, serviço, interesse, dedicação, testemunho significa persistir na confiança de que Deus não foi derrotado pelo pecado.
Essa é a razão porque, mesmo acontecendo o que Jesus disse, “sereis odiados de todos por causa do meu nome”, ainda assim podemos seguir em frente. Porque Deus é vitorioso e, em Jesus, ele também nos dá essa vitória. Como disse o apóstolo Paulo: O prêmio da vida eterna já está preparado, agora é só continuar correndo.
“Aquele... que perseverar até o fim, esse será salvo”. Não importa o quanto o mundo, o diabo e o pecado afligem nossa consciência cristã tentando parar a Igreja de Deus. Sabemos que tudo isso terá um fim porque Deus nos dá a vitória, a salvação por causa de Jesus Cristo, nosso salvador.
A diferença entre o que buscamos neste mundo e o que buscamos nos céus é que tudo o que queremos aqui, precisamos batalhar muito, fazer por merecer para só então receber o prêmio. Já o que buscamos nos céus – a salvação – é um prêmio que já foi conquistado. Já é nosso porque Jesus nos deu. Só não podemos parar no meio da corrida.
É para o céu que nós vamos. Por isso não desanimemos, mas estimulemos uns aos outros na vida cristã, na luta contra o pecado. Buscando sempre, em primeiro lugar, o reino de Deus. É só por este caminho que ao final da jornada estaremos todos com o salvador Jesus Cristo onde não haverá luto, nem pranto, nem dor. Amém.

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