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quinta-feira, 27 de agosto de 2015

14º dom. após Pentecostes B 2015 - uma preparação

Caros leitores. É gratificante perceber que há um número relativamente constante de visitas a este blog. Isto reflete o fato de que há pessoas que amam a Palavra de Deus e a buscam não apenas na Bíblia, mas também em outros livros ou mesmo em sermões, como é o caso aqui. Como alguém que se deleita em escrever e ensinar, nenhuma recompensa é maior do que saber que meu trabalho não é em vão. Não me considero um grande pregador, mas posto meus sermões sabendo que, de alguma forma, o santo Espírito de Deus poderá agir em corações agradecidos ou aflitos e, por meio de meras palavras, incutir verdades eternas.
Por isso incentivo-os a continuarem meditando nas Escrituras e buscando entender sempre mais e melhor a riquíssima Palavra do nosso Deus que, como alguém já disse em outras palavras, é tão simples como a orla de um rio onde só o molhar dos pés já refresca, mas onde também podemos nos aprofundar cada vez mais que, mesmo assim, nunca alcançaremos o fundo.
Rev. Edenilson Gass

Algumas congregações desta região não realizam cultos no 5º domingo do mês, por isso esta semana não escrevi um sermão. Mas vale ao menos uma pequena abordagem.
O texto: Mc 7.14-23
Contexto
Não é possível ler a supramencionada perícope sem olhar para trás e perceber que ela se inicia com o término de um acontecimento. Vimos semana passada que os fariseus interpelaram Jesus porque seus discípulos comiam sem ter lavado as mãos – o que implicava descumprimento de lei cerimonial. Jesus, então, mostrou que tais leis não são tão importantes quanto o Decálogo e que, portanto, não são leis que precisam ser cuidadosamente guardadas. Quando, então, chegava à conclusão de seu ensino, pediu a atenção de todos e disse: Não é o que entra no homem que o contamina, mas o que dele sai (v. 15). Portanto, aqui não se inicia um novo ensinamento, mas a conclusão do assunto abordado sobre purificação cerimonial. Aliás, isso nos permite depreender corretamente o sentido de “contaminar” que é “tornar impuro cerimonialmente”.
Progressão de ideias
Marcos (que costuma ser breve em seus relatos) descreve detalhadamente a situação. Para ele este é um ponto importantíssimo que precisa ser bem assimilado. Jesus vinha realizando uma série de atividades que há tempo vinha chamando a atenção dos líderes religiosos. Neste momento, quando parte para Genesaré, alguns fariseus de Jerusalém vão ao seu encontro e a discussão acaba com Jesus indo para casa deixando um último alerta: Não é o que vem de fora, mas o que vem de dentro.
Os apóstolos não entenderam isso muito bem e, como em outras situações, pediram uma explicação em particular. Consideravam importante o que Jesus dizia e queriam não só ouvi-lo, senão também entendê-lo. Jesus abre sua compreensão mostrando que não faz nenhum sentido dizer que algum alimento pode tornar alguém puro ou impuro, fazendo dele alguém aceito ou rejeitado por Deus. O verdadeiro problema está no interior do ser humano: o pecado. Isso sim o torna impuro e desprezível diante de Deus.
Proclamação
Este é um daqueles textos onde, quando o pastor termina a leitura e diz “assim termina a leitura do santo Evangelho” a gente se pergunta: Que evangelho? De fato, para quem sofre da “pericopite”, ficando preso ao texto do domingo, tem-se aqui um texto de Lei pura.
E não é para menos. Jesus não ameniza a situação: O ser humano não só comete pecados, ele é pecador! O pecado que está em seu coração, em todo o seu ser, deturpa a boa natureza criada por Deus tornando-a pecadora. Por conseguinte, comete pecados. Pecado é coisa terrível. Afasta-nos de Deus. E a breve lista que Jesus faz de alguns dos pecados que cometemos deixa claro que ninguém fica de fora. Todos temos a mesma propensão ao pecado. Ninguém é mais ou menos santo em relação a outrem. E não há nada que possamos fazer para alterar esta situação.
No entanto, sabemos que todo nosso pecado Jesus tomou sobre si, fez-se o pior dos pecadores, tornou-se maldito em nosso lugar (Gl 3) por que, em seu amor, preferiu isso a nos deixar entregues à merecida condenação. De modo que “já nenhuma condenação há para os que estão em Cristo Jesus” (Rm 8.1) e somos, mediante a fé, “herdeiros de Deus e co-herdeiros com Cristo” (v.17).
Quer dizer que não precisamos mais nos preocupar com o pecado e permanecer nos nossos pecados, afinal, já temos a salvação? É claro que não! O pecado nos afasta de Deus e não é isso que queremos como cristãos. Além disso, o pecado dá mau testemunho às pessoas. E mais: quem que foi tão grandemente agraciado com a salvação poderá viver sem se dedicar ao máximo em guardar os mandamentos de Deus e servi-lo de boa vontade em toda e qualquer situação?
Se olharmos para dentro de nós, só encontraremos impureza e imperfeição. Porém Deus nos convida a olharmos para Jesus que assumiu a nossa culpa e nos cobriu com o seu manto de pureza e santidade para que, sob o olhar de Deus, possamos servi-lo sem culpa ou repreensão, mas na alegria da salvação.
Dica: Tu podes cantar ou ler o hino 373 do Hinário Luterano.

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