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terça-feira, 30 de junho de 2015

Mensagem 6º dom. após Pentecostes B 2015



Igreja Evangélica Luterana Cristo – Juína
Pr. Edenilson Gass
Sl 123; Ez 2.1-5; 2Co 12.1-10; Mc 6.1-13 – 6º dom. após Pentecostes B 2015
Jesus nos envia a anunciar a Palavra
vv. 7,12: “Chamou Jesus os doze e passou a enviá-los de dois a dois... Então, saindo eles, pregavam ao povo que se arrependesse”.
Você já foi incumbido de realizar uma tarefa de grande importância? Citar exemplos é difícil já que determinadas tarefas que para um são vistas como um grande privilégio, para outro não passa de uma atividade qualquer. Vamos pensar, então, em coisas que fazem parte da vida de uma congregação: fazer uma leitura bíblica no culto, dirigir um culto de leitura ou estudo bíblico, ajudar na música, recepcionar as pessoas. Enfim, são várias as oportunidades que temos de servir a Deus com os dons e as habilidades que ele dá a todos nós.
A partir do texto de Marcos, constatamos que os discípulos também receberam uma tarefa. O próprio Jesus enviou os seus alunos para que anunciassem a Palavra de Deus às pessoas. O que podemos aprender com este texto? O que ele tem a ver com a gente? Na verdade, o texto traz várias informações muito importantes que nos servem de precaução e de estímulo para a nossa vida cristã.
Em primeiro lugar, nós temos ali o relato de que Jesus enviou seus discípulos em uma missão. E mais adiante ele diz que esta missão nada mais era do que exortar as pessoas a que se arrependessem dos seus pecados para que, assim, conscientes da sua pecaminosidade, buscassem o perdão junto a Cristo.
Jesus dá essa ordem aos discípulos. O que significa que se também nos consideramos discípulos, alunos, seguidores de Jesus, temos que entender que esta ordem também vale para nós.
Jesus nos envia a anunciar a Palavra de Deus às pessoas. E ele faz isso colocando a cada um de nós em lugares diferentes, onde nos encontramos com diferentes pessoas, em diferentes situações. E tudo isso para que a Palavra de Deus possa ser anunciada ao máximo de gente possível.
Todo cristão, todo discípulo de Jesus é um instrumento nas mãos de Deus por meio do qual ele realiza a sua obra de levar salvação ao pecador. Ele faz isso tanto quando falamos da Palavra de Deus como quando vivemos esta Palavra em uma vida cristã de acordo com os seus mandamentos.
Sem dúvida, é uma tarefa e tanto. E provavelmente você esteja pensando que não é para qualquer um. Por isso chama a atenção (e talvez até pareça um pouco estranho) que Jesus disse aos discípulos que não levassem nada consigo naquela viagem. No máximo, uma bengala diz o texto. Pode parecer que Jesus quer dificultar as coisas, mas parece mais adequado olhar por outro ângulo.
Quantos cristãos se agarram tanto na bagagem que adquiriram aqui no mundo que não conseguem se desfazer disso para servir no reino de Deus? Estão tão presos a assuntos de propriedade, negócios, dinheiro, empregados que muitas vezes mal sobra tempo para uma leitura bíblica. Imaginem então se vão ter tempo ou disposição para se preocuparem com os assuntos pertinentes ao reino de Deus. Se dizem discípulos, mas não vivem um discipulado.
Mas com certeza Jesus queria nos ensinar mais do que isso. Ele quer nos ensinar a confiar em Deus. A não vivermos preocupados e ansiosos como tudo fosse depender do nosso esforço e das nossas decisões.
Podemos até dizer assim que Jesus é a nossa bengala, o nosso suporte. De modo que se Jesus está com a gente, então não falta mais nada a não ser confiar que Deus proverá. Que Deus sempre vai nos suprir com todo o necessário para o nosso corpo e para a nossa alma.
Isso é muito importante que a gente tenha claro e fixo na nossa cabeça. Porque muitos não servem no reino de Deus não por falta de vontade, mas porque não se sentem capazes de servir. É como se só os outros tivessem recebido os dons específicos para o trabalho da Igreja.
Mas isso, antes de qualquer coisa, é um gesto de ingratidão. Porque a pessoa não reconhece na sua vida as oportunidades que talvez só ela tenha de servir a Deus. Não existem “dons específicos” para o trabalho na Igreja.
Outros dizem que não têm conhecimento ou experiência suficientes. Mas vejam os discípulos: eles estavam recém começando a sua caminhada com Jesus, o seu discipulado. Que experiência eles tinham? Nenhuma. Que conhecimento eles tinham? Um conhecimento mínimo.
Claro que se queremos anunciar alguma coisa, é preciso que haja um conteúdo a ser anunciado. Temos que conhecer a Palavra de Deus. E quanto melhor a conhecermos, mais e melhor poderemos falar sobre ela. Mas ninguém precisa entender a Bíblia toda antes de botar a mão na massa. Até porque, se fosse assim, quando que a gente ia fazer alguma coisa?
E experiência? Experiência se adquire fazendo a coisa. Colocando em prática aquilo que aprendemos na Bíblia. Quando abraçamos a causa de Jesus e nos dedicamos a viver e anunciar o que o Senhor tem feito.
- Ah, mas de que adianta tudo isso se a maioria nem quer saber de Deus? Só que isso Jesus mesmo já previa. Se ele disse aos discípulos que quando não fossem recebidos que fossem embora, é porque ele sabia muito bem que muitos não se interessam pela Palavra de Deus.
E isso não é só daquela época. Também em nossos dias, quantas pessoas, aliás, quantos cristãos vivem afastados de Deus e da sua Palavra? Mas não é por isso que vamos desistir. Jesus não nos envia para converter pessoas. Ele nos envia para anunciar o Evangelho. E é isso que procuramos fazer lá onde Deus nos coloca, seja em casa, no trabalho ou em qualquer outro lugar.
Queremos anunciar e viver a Palavra de Deus em primeiro lugar porque é Jesus quem nos envia. E segundo, por causa daqueles que vão receber o Evangelho com alegria, vão crer na Palavra de Deus e por esta Palavra serão salvos.
Por isso, o que temos diante de nós é uma tarefa muito importante. Que é, ao mesmo tempo, um grande privilégio e uma grande responsabilidade: Jesus faz de nós cooperadores do próprio Deus na sua obra de levar salvação ao pecador. Foi assim que o Evangelho chegou até nós e é assim que ele vai alcançar a tantos outros que anseiam por ouvir que Deus, em Cristo, perdoou os seus pecados e quer lhes dar uma nova vida sob a direção do seu Espírito Santo.
Sem dúvida, são muitas as tarefas importantes realizadas por muitas pessoas. Nós, como cristãos, apesar de todas as diferenças, dos dons tão diferentes, estamos e precisamos estar sempre unidos lutando por realizar uma única tarefa, a mais importante de todas: a de viver e anunciar a salvação. Amém.

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