Igreja
Evangélica Luterana Cristo – Juína
Pr.
Edenilson Gass
Sl 98; At 10.34-48; 1Jo 5.1-8; Jo 15.9-17 – 6º domingo de Páscoa B 2015
O amor de Cristo na vida em
comunhão
v.
12: “O meu mandamento é este: que vos ameis uns aos outros, assim como eu vos
amei”.
Quando
o Seminário Concórdia completou cem anos em 2003, no culto festivo, o professor
Vilson Scholz disse o seguinte: De todas as aulas ministradas no Seminário
Concórdia, há um assunto que não é trabalhado em nenhuma disciplina de forma
específica, mas que, ao mesmo tempo, é trabalhado em todas as aulas todos os
dias. E este assunto é o amor de Cristo.
No
texto do evangelho deste dia, o próprio salvador Jesus Cristo é quem fala do
amor. E o que ele diz é basicamente isto: Eu escolhi vocês, eu amei vocês.
Portanto, se vocês são meus discípulos, devem fazer o que eu mando. E o que eu
mando é que vocês amem uns aos outros.
Para
que a gente possa entender isso direito, é necessário que a gente olhe com
atenção para o nosso texto que traz alguns detalhes importantes. E também
precisamos definir bem o que é o amor.
Vamos
começar por aqui mesmo. O que é o amor? Muitas pessoas têm uma visão muito
restrita do amor como aquele sentimento que existe entre marido e mulher. Duas
pessoas que se apaixonaram e por causa do amor que foi surgindo, decidiram se
unir em casamento.
Mas
se esse fosse o único jeito de amar, então Jesus não poderia estar pedindo o
que ele está pedindo. O que acontece é que o amor que deve existir entre os
cristãos não é amor que leva necessariamente ao casamento, mas aquele amor que
os apóstolos chamaram de “amor fraternal”.
É
o amor que nos leva a enxergar as outras pessoas que participam da igreja não
como estranhos, nem mesmo como conhecidos, mas como irmãos, membros da nossa própria
família, unidos a nós pela fé e o amor de Cristo. Pessoas que são responsáveis
por nós e por quem nós somos responsáveis.
Depois
nós vamos voltar a esta questão para ver quais são as consequências práticas
deste amor. O que acontece quando o amor de Cristo se encontra no nosso
coração. Mas no momento é importante que a gente reflita sobre algumas coisas
que a gente pode perceber no texto.
Em
primeiro lugar, Jesus não está dizendo isso abertamente para todos; ele está
falando com os discípulos. Ou seja, quando nós olhamos o mundo ao nosso redor,
e vemos tanta violência, desonestidade, mentiras, abusos e tantas outras coisas
desse tipo, não é nada mais do que o reflexo do pecado original que faz parte
de todos nós.
Não
é de se esperar que aquele que não crê em Cristo tenha amor pelo seu próximo e busque
o bem dele. Quando isso acontece é porque Deus mesmo luta contra todas as
forças relutantes ao bem – que é o nosso pecado – e, assim, evita que o ser humano
crie um caos mundial.
Mas
quando se trata de cristãos, a coisa precisa ser diferente. O cristão é movido
pelos mandamentos de Deus e o desejo de Deus para a prática e a busca do bem. E
isso só pode acontecer quando existe o amor de Cristo no coração.
O
amor de Cristo, que o levou a abandonar a sua glória e vir ao mundo para ser
condenado à morte como o pior dos pecadores para a nossa salvação, é este amor
que agora habita em nosso coração e nos permite olhar para as pessoas à nossa
volta como criaturas de Deus e filhos de Deus e, por isso, desejar a elas todo
o bem e fazer o que estiver ao nosso alcance para que elas também conheçam o
amor de Cristo e também sejam salvas.
Percebemos,
assim, que amor cristão e o discipulado são mutuamente dependentes. Em outras
palavras, a vida cristã de dedicação a Deus, à igreja, à família e ao
semelhante só existe porque Deus nos escolheu em Cristo para vivermos uma vida
cristã. E o combustível dessa dedicação é o amor de Cristo.
Podemos
dizer tranquilamente que é uma relação de causa e efeito. A causa é que Cristo
derramou o seu amor em nosso coração e o efeito ou a consequência disso é que
agora nós também podemos e até devemos amar o nosso próximo, independente de
quem ele seja.
Quem
parece que entendeu bem essa relação foi o Dr. Leon Morris e eu gostaria de
citar duas frases do seu livro Teologia do Novo Testamento. Assim ele diz: “O
que é maravilhoso no amor de Deus é que ele é derramado sobre quem não tem
méritos e não o merece. E é um amor que custou caro”. O que o Dr. Morris quer
deixar bem claro é que não devemos olhar para o amor de Deus pela humanidade
como um amor que é condicional como o nosso é.
Nós,
seres humanos, pecadores, até podemos ter amor pelo nosso cônjuge, pelos nossos
filhos e até alguns amigos. Mas o nosso jeito é de amar é sempre condicional.
Nós amamos pessoas específicas ou que nós escolhemos ou que nos trazem algum
benefício.
O
amor de Deus é completamente incondicional. Como escreveu o apóstolo Paulo,
Deus nos amou quando ainda éramos pecadores, ou seja, quando estávamos
afundados até à cabeça na lama do nosso pecado. Completamente sujos e imundos
sem uma única coisa boa que apresentar diante dele.
E
um amor tão grande e sem igual como esse, quando entendido não só pela mente,
mas também pelo coração, muda radicalmente o nosso ser. E de pecadores que não
podiam amar, agora somos pecadores que não só querem amar, mas buscam junto a
Deus que o amor faça parte de toda a nossa vida.
Por
isso, um pouco mais adiante, o Dr. Morris diz assim: “Se realmente amamos a
Cristo, desejaremos fazer as coisas que lhe agradam, enquanto, se regularmente
descartamos suas instruções, a autenticidade do nosso amor é colocada em
dúvida”.
A
questão é que o amor de Cristo sempre anda acompanhado de ações. Como Jesus
está ordenando a nós, como seus discípulos, que nos amemos uns aos outros,
então podemos dizer que é esse amor que faz com que seja tão bom quando a gente
pode se reunir aqui na igreja e nos faça vir para cá. É esse amor que nos leva
a orar pelos irmãos da nossa congregação, paróquia, distrito e mesmo em nível
nacional. É esse amor que nos motiva a servir na igreja de uma ou de outra
forma, conforme as suas necessidades e as capacidades que Deus dá a cada um.
Hoje
mesmo, até podemos lembrar de um amor que pode nos servir de grande exemplo
para a nossa vida cristã: o amor de mãe. Desculpem vocês que são pais, mas nós
homens nunca vamos entender o que é o amor de mãe. O próprio Deus que se apresenta
como Pai em toda a Escritura, quando no livro de Isaías ele diz que vai cuidar
do seu povo, ele diz: Assim como uma mãe consola o seu filho, eu vos
consolarei.
É
amor que se doa completamente. Amor que subsiste por si mesmo. Até porque,
pensando de forma lógica, filhos só são para dar gastos e dor de cabeça. Mas
nada disso importa porque o amor é maior do que qualquer uma dessas coisas. O
quanto uma mãe puder fazer pelo seu filho, ela vai fazer. Imaginem, então, o
quanto Deus nos ama e o quanto de amor ele quer derramar no nosso coração para
que possamos verdadeiramente amar uns aos outros.
Assim
como é no Seminário, na nossa vida cristã também. O amor de Cristo não é uma
coisa que a gente aprende e coloca em prática em momentos específicos, mas
todos os dias em todos os momentos, buscando servir a Deus servindo ao nosso
próximo, seja em casa, na sociedade ou na igreja.
E
sempre lembrando que tudo isso só tem valor porque brota do amor de Cristo que
foi derramado em nosso coração. E é por isso que Jesus pode dizer: “O meu
mandamento é este: que vos ameis uns aos outros, assim como eu vos amei”. Amém.
Oração:
Amado Pai, que movido por teu infinito amor providenciaste em Cristo a salvação da humanidade. Nossos corações irrompem em júbilo e alegria porque nos elegeste para viver o teu amor em nossa vida. Que o cálice do amor transborde entre os cristãos em atitudes de companheirismo, preocupação, auxílio mútuo e orações. Preenche diariamente o nosso ser com o amor de Cristo para que possamos amar não só de língua e de palavra, mas de fato e de verdade. Seja este amor o combustível para uma vida cristã de constante dedicação ao ti no amor àqueles que Tu colocas ao nosso redor. Agradecemos-te e louvamos-te por todas as mães cristãs que tanto se esmeraram e se esmeram em ensinar aos filhos o amor de Cristo em suas palavras e ações. | Também lembramos com carinho aquelas mães que já não se encontram mais entre nós. Aqui lembramos de forma especial a família do pastor Paulo Frederico Flor, cuja querida esposa fora levada esta semana para estar contigo na glória. Conforta o pastor Paulo, também como os filhos enlutados e demais familiares e amigos. Vivamos nós também com fé, amor e santificação, preparando-nos para o nosso encontro contigo quando e onde desfrutaremos a plenitude do teu amor. Em nome e por amor do nosso Senhor e salvador Jesus Cristo. Amém.
Oração:
Amado Pai, que movido por teu infinito amor providenciaste em Cristo a salvação da humanidade. Nossos corações irrompem em júbilo e alegria porque nos elegeste para viver o teu amor em nossa vida. Que o cálice do amor transborde entre os cristãos em atitudes de companheirismo, preocupação, auxílio mútuo e orações. Preenche diariamente o nosso ser com o amor de Cristo para que possamos amar não só de língua e de palavra, mas de fato e de verdade. Seja este amor o combustível para uma vida cristã de constante dedicação ao ti no amor àqueles que Tu colocas ao nosso redor. Agradecemos-te e louvamos-te por todas as mães cristãs que tanto se esmeraram e se esmeram em ensinar aos filhos o amor de Cristo em suas palavras e ações. | Também lembramos com carinho aquelas mães que já não se encontram mais entre nós. Aqui lembramos de forma especial a família do pastor Paulo Frederico Flor, cuja querida esposa fora levada esta semana para estar contigo na glória. Conforta o pastor Paulo, também como os filhos enlutados e demais familiares e amigos. Vivamos nós também com fé, amor e santificação, preparando-nos para o nosso encontro contigo quando e onde desfrutaremos a plenitude do teu amor. Em nome e por amor do nosso Senhor e salvador Jesus Cristo. Amém.
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