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quinta-feira, 28 de agosto de 2014

Mensagem 12º dom. após Pentecostes A 2014



Igreja Evangélica Luterana Cristo – Juína
Pr. Edenilson Gass
Sl 26; Jr 15.15-21; Rm 12.9-21; Mt 16.21-28 – 12º dom. após Pentecostes A 2014
É bom ser cristão?!
v. 24: “Então, disse Jesus a seus discípulos: Se alguém quer vir após mim, a si mesmo se negue, tome a sua cruz e siga-me”.
Se alguém lhe perguntasse se ser cristão é bom o que você responderia? Sim, não ou não faz diferença? Se você disser que sim eu poderia perguntar ainda: Por quê? Por acaso sua vida é uma maravilha e você não tem nada com que se preocupar? E se tem, que diferença faz ser cristão? Se você disser que não, piorou, eu poderia concluir que, definitivamente, não tem porque ser cristão. E agora?
À primeira vista, parece que o versículo destacado nos sugere essa pergunta. Jesus diz: “Se alguém quer vir após mim, a si mesmo se negue, (o que significa colocar os próprios interesses em 2º, 3º, 4º lugar...) tome a sua cruz (o que significa entrar na batalha da fé e estar disposto até mesmo a dar a vida pelo nome de Cristo) e siga-me” (o que significa confiar em Jesus e seguir os seus passos a cada minuto de nossas vidas). Estas palavras de Jesus são um tanto duras e, no mínimo, nos dão uma chacoalhada, lembrando-nos que ser cristão não é sinônimo de uma vida sem dificuldades.
E talvez fosse exatamente assim que os discípulos estavam pensando que seria dali para frente. Claro, após terem visto os milagres que Jesus vinha realizando, e vocês viram isso nos cultos anteriores, quando Jesus multiplicou pães e peixes, alimentando uma grande multidão, quando ele andou sobre o mar e fez com que Pedro andasse também.
Com tudo isso, é bastante possível que estivessem pensando: pronto! Nossos problemas chegaram ao fim. Jesus, com todo esse poder, vai nos livrar de todas as dificuldades e nunca mais sofreremos com nada. Daqui para frente as coisas vão ser bem diferentes.
Por incrível que pareça, esse pensamento não é muito diferente do de muitos cristãos. Porque, como os discípulos, também somos tentados a reclamar de Jesus quando os problemas aparecem.
E, assim, passamos tantos e tantos momentos da vida reclamando, vivendo infelizes em vez de simplesmente confiarmos que, mesmo nas cruzes da vida, Jesus está do nosso lado. E isso, a rigor, é tudo o que precisamos.
E se os discípulos estavam tão certos desta nova realidade de paz, alegria, imaginem o que seria do seu mestre? Não podia sofrer nem um arranhão, morrer numa cruz, então, nem pensar. E para surpresa dos doze, Jesus diz que ele precisava ir para Jerusalém, onde teria de sofrer muito e por fim entregar-se à morte.
E aí Pedro, não compreendendo o que Jesus dizia, chama Jesus à parte e diz: Senhor, não fala uma coisa dessas! Nada disso vai te acontecer. E Jesus lhe dá uma bronca dizendo: “Arreda, Satanás”. O mesmo Pedro que pouco tempo antes foi elogiado pelo seu belíssimo testemunho, quando disse “Tu és o Cristo, o filho do Deus vivo”, agora recebe uma resposta dessas.
Por que será que Jesus foi tão duro com Pedro? Ele não poderia ter dito “olha Pedro, obrigado pela preocupação, mas eu preciso ir para Jerusalém”? Mas não. Jesus dá uma verdadeira bronca: “Arreda, Satanás”. Ou seja, sai para lá. Não fala uma coisa dessas.
Com certeza, não ir a Jerusalém, para Jesus, era uma grande tentação. Porque, como homem, ele também sentiu medo do sofrimento e da morte. Naquele momento, o diabo estava usando o apóstolo Pedro para desviar Jesus do caminho da cruz, o que significa acabar com o plano da salvação. É por isso que Jesus fala tão duro com Pedro. Tanto que a resposta que ele dá a Pedro é a mesma que ele deu ao próprio diabo quando foi tentado no deserto.
Assim, este episódio nos dá um alerta: muitas vezes algo que parece bom, pode não ser e vice-versa. Pedro até queria ajudar, mas ele não sabia o que estava falando. E por não compreender os planos de Deus acabou falando bobagem. Muitas vezes nós não entendemos os planos de Deus e acabamos falando bobagem também. Por isso quando não entendemos certas coisas na vida, por exemplo, as cruzes, muitas vezes é melhor superar a tentação de tentar explicar.
Mas, falando em tentação, e isso, aliás, também é uma cruz, é um obstáculo na vida do cristão, qual é a sua grande tentação? Jesus quer nos mostrar hoje o que precisamos fazer diante das nossas tentações: arreda, sai para lá. Porque as tentações são aquilo que quer nos afastar dos planos que Deus tem para nós. Afastar-nos de Deus. O texto nos lembra que, através de coisas aparentemente boas, é que o diabo quer chamar a nossa atenção e nos desviar do caminho para Jerusalém.
E aí Jesus pergunta: “que aproveitará o homem se ganhar o mundo inteiro e perder a sua alma?” De que adianta ter tudo que alguém pode querer e perder a vida eterna?
De fato nós, cristãos, queremos colocar Deus em primeiro lugar na nossa vida. Queremos também viver uma vida justa, uma vida honesta, bonita. Mas aí vem alguém e diz: Não seja bobo. Você parece que é de outro planeta. Não é assim que se vive neste mundo. Aqui as coisas não funcionam desse jeito. Quem quer ser honesto e bonzinho não consegue nada. Para com essa coisa de confiar em Deus e vive como tem que viver!
E diante dessas e outras coisas é que somos tentados a questionar se é bom, se vale a pena ser cristão. Com toda essa perturbação, essa perseguição. Muitos nos desprezam por irmos à igreja, por estudarmos a Bíblia. Ou seja, nos desprezam por fazermos o que é certo.
O que acontece é que quem pensa e age assim é porque Deus não está em primeiro lugar em sua vida. Talvez nem faça parte da sua vida. Por isso ele não compreende a nossa maneira de viver. Apesar disso, não podemos desanimar. No texto de hoje o nosso mestre diz: “Se alguém quer vir após mim, a si mesmo se negue, tome a sua cruz e siga-me”.
Mas isso não quer dizer que precisamos ter uma vida triste, sofrida, com uma visão pessimista de tudo. De fato, os problemas nos acompanham ao longo da vida. Mas mesmo assim, podemos viver felizes porque Jesus nos ajuda na nossa cruz.
Deus não tem prazer no sofrimento ou na morte de quem quer que seja. E a prova disso é ter ele enviado o seu único Filho para sofrer e morrer em nosso lugar. O justo em lugar dos pecadores. E com isso nos dá a certeza do seu amor, da sua misericórdia, da sua companhia e da vida eterna.
Assim como o diabo queria desviar Jesus do caminho da cruz, assim também ele quer nos desviar de Jesus. A grande tentação do cristão não são os pecados, mas o negar a cruz. Claro que tomar a cruz envolve luta contra o pecado, mas isso vem em segundo lugar. É uma consequência. Tomar a cruz é, antes de qualquer coisa, reconhecer a verdade bíblica de que nenhuma cruz pode nos dar a salvação a não ser a cruz do nosso salvador Jesus Cristo. E, portanto, fazer de tudo para não nos desviarmos dessa verdade.
Queremos participar dos cultos, estudar a Palavra de Deus não porque essas obras nos salvam. Mas para que Deus nos mantenha firmes na fé em Jesus e, assim, possamos permanecer firmes diante das cruzes e das tentações. E, por fim, no dia derradeiro, recebermos a coroa da vida eterna.
Deus nos dá essas oportunidades porque ele que se preocupa com a gente. É ele quem nos anima e consola quando estamos desamparados. Quem nos toma pela mão e nos conduz pelo caminho da verdade, o caminho da salvação, o caminho que é Jesus. Ele permite os momentos difíceis, mas também é ele quem nos ajuda a suportar.
Além disso, na maioria das vezes são nos momentos difíceis que a fé mais se fortalece. A fé do apóstolo Pedro ficou mais forte quando ele andou sobre as águas, ou quando Jesus o agarrou quando ele estava afundando e o levou seguro para dentro do barco?
Se ser cristão é bom? Veja se isso é pergunta que se faça! Com um Deus assim, claro que é! É muito bom! “Aquele que entregou o seu próprio e único Filho por nós não nos dará também todas as coisas?”, diz Paulo. Por isso não desanimemos no combate da fé. A cruz e a tentação fazem parte da vida. A diferença é que, em Jesus, nós desde agora, na alegria ou na tristeza, já somos vitoriosos. Amém.

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